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Formação das monarquias nacionais ibéricas julho 12, 2011

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  A unificação política da Espanha, bem como a de Portugal, não está relacionada ao desenvolvimento do mercado e de uma classe burguesa, como na França e na Inglaterra. As monarquias nacionais espanhola e portuguesa surgiram da necessidade dos nobres se unirem para expulsar os muçulmanos da península ibérica dureante a Guerra de Reconquista.

  Com a decadência do Império Romano inicia-se as invasões bárbaras na península ibérica.  No entanto, muitos desses bárbaros foram convertidos ao catolicismo. Contudo, a partir de 711 os muçulmanos invadiram a ibéria e foram progressivamente tomando-a dos bárbaros. A partir de então começam a luta dos cristãos para recuperarem o território perdido. Tais lutas recreudescem no século XI em diante, quando do início das Cruzadas, contexto ao qual se insere a Guerra de Reconquista.

  Da Guerra de Reconquista contra os mouros, surgem quatro reinos cristãos: Castela, Navarra, Aragão e Leão. Logo depois, Castela e Aragão anexam Leão e Navarra. Em 1469 os reis de Castela e Aragão se casam. Contudo, restava ainda Granada, um reino muçulmano na Ibéria. Em 1492, Castela e Aragão (casados) toma Granada, concluindo o processo de formação da monarquia nacional espanhola.

Note-se que a Guerra de Reconquista faz parte da política ofensiva europeia entre os séculos XI e XIII que tencionava reconquistar a península ibérica sob a máscara religiosa de guerra contra os muçulmanos.

 

  A origem da burguesia lusitana está relacionada à atividade pesqueira e à produção agrícola destinada ao abastecimento de tropas reais. Mas foi sobretudo a transferência da rota de comércio italiana para o oceano atlântico no século XIV que beneficiou sobremaneira a economia (e a burguesia) lusitana, favorecendo a atividade mercantil.

Em 1383 iniciou-se em Portugal uma distputa pelo trono. Os nobres queriam entregar Portugal à Castela. Os burgueses não aceitavam, temendo uma regressão ao feudalismo. O acirramento da tensão levou à eclosão da Revolução de Avis, onde a burguesia passou a apoiar D. João, que acabou saindo vitorioso, instiuindo o Estado Nacional português.

  D. João adotou uma série de medidas que beneficiariam a classe burguesa, ampliando mercados e facilitando o comércio. Por conseguinte, a arrecadação de impostos aumentara significativamente. Foi essa aliança que permitiu a primazia portuguesa na expansão ultramarina. 

 

A formação das monarquias nacionais julho 12, 2011

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  As rígidas estruturas do sistema feudal dificultavam sobremaneira o crescimento e desenvolvimento da principal atividade burguesa, o comércio. A existência de diversas moedas, pesos, medidas, tributos, leis que variavam de feudo para feudo prejudicavam os comerciantes. Havia, portanto, um grande interesse por parte da burguesia para que se instituísse  um governo centralizado, unificado, que suplantasse o poder da nobreza (senhores Feudais)  de modo que as leis, os impostos, moeda etc tivessem abrangência nacional.

  Da mesma forma, o Rei, cuja autoridade fora até então reduzida pelos senhores feudais (nobres e clero) buscava se reerguer, instituindo um governo centralizado em sua pessoa, subjugando clero e nobreza.

  Deste modo, a partir do século XI forma-se um espécie de aliança entre rei e burguesia. O rei buscando a autoridade máxima e de caráter nacional, procurando instituir leis, moedas, tributos e um exército nacionais (e suplantar a ordem feudal que descentralizara o poder) e a burguesia objetivando a unificação de mercados, moedas, pesos, medidas, tributos etc, de modo a facilitar sua ativividade, diminuindo custos e possibilitando a expansão do comércio. Essa aliança é o que levará ao processo de formação das monarquias nacionais e à quebra do feudalismo.

As corporações – Idade Média julho 9, 2011

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  Nas cidades medievais, as principais instituições econômicas eram as corporações de mercadores (ou guildas) e as corporações de ofício. Ambas buscavam monopolizar o mercado local, limitando a entrada de comerciantes estrangeiros (nos burgos) além de buscarem controlar o preço das mercadorias.

  As corporações, sob a influência da escolástica – cultura cristã da época – quase sempre condenavam a usura e o lucro (defendiam o preço justo – preço da matéria-prima + valor da mão-de-obra empregada). Note-se que ainda no fim da Idade Média, mesmo com o progressivo desenvolvimento do comércio, as principais instituições econômicas baseavam-se em uma concepção eminentemente feudal: limitadora do lucro e imposta pela Igreja.

  À medida em que desenvolvia-se o comércio e crescia-se as corporações, passou a haver um processo de concentração de riqueza. Nas corporações (formada por mestres, companheiros ou oficiais e aprendizes) cada vez menos via-se qualquer tipo de mobilidade social. Isto é, a riqueza passara a se concentrar nas mãos daqueles que lideravam as corporações: os mestres e suas famílias. É por esse motivo, que no fim da Idade Média, observamos o surgimento de famílias extremamente ricas e poderosas, tais como os Médicis e os Sforza, na Itália. Por outro lado, os subalternos nas corporações dificilmente tornavam-se mestres e viam-se obrigados a serem empregados por toda a vida.

Baixa Idade Média – Renascimento Urbano julho 9, 2011

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  Como consequência imediata da revolução comercial, a vida no feudalismo foi progressivamente tornando-se urbana. Os feudos foram transformando-se em burgos, verdadeiras fortalezas, pólos comerciais, símbolos de uma nova sociedade, onde o caráter estamental vinha dando lugar a estrutura de classes.

  O Renascimento Urbano caracteriza-se justamente por essa mudança na estrutura social. Uma sociedade que antes era estritamente agrária e estamental vinha paulatinamente se transformando em urbana, sob a égide do comércio e da mobilidade social. Contudo, como, inicialmente, as cidades se constituíam no interior dos feudos, os comerciantes viam-se submetidos ao jugo dos senhores feudais, tendo, portanto, que pagar-lhes impostos. Isso, por sua vez, dificultava o crescimento do comércio, uma vez que elevava os custos. Assim, inicia-se o movimento comunal, uma tentativa dos burgueses, entre os séculos XI e XIII, de emanciparem os burgos da tutela feudal.

  As cidades que se emancipavam procuravam assegurar seus direitos mediante as cartas de franquia. Tais cartas davam autonomia aos comerciantes na gestão da cidade, garantindo-lhes a possibilidade de arrecadar impostos e usá-los em prol da cidade, autonomia administrativa e judiciária, além da formação de uma milícia.

Baixa Idade Média – O renascimento Comercial julho 8, 2011

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  As cidade italianas foram as principais beneficiadas com a retomada do comércio entre oriente e ocidente a partir da reabertura do mar Mediterrâneo. A posição geográfica privilegiada garantiu aos comerciantes italianos a primazia na distribução das mercadorias orientais na Europa.

  Os comerciantes se reuniam nas feiras, pontos de comércio temporário onde aconteciam a negociação de mercadorias. Entre os séculos XIII e XIV, a principal feira ocorria em Champanhe, na França. O retorno das transações financeiras resultou no reaparecimento da moeda, no impulso à atividade creditícia e na criação das letras de câmbio, iniciando a atividade bancária. A economia europeia passa do amonetarismo, presente no feudalismo, para o monetarismo, inclusive com a existência de diversos tipos de moedas. Nesse contexto, a terra deixa de constituir a única expressão de riqueza e a sociedade é cadas vez menos estamental (sociedade estamental – que não prevê mobilidade social). Deflagra-se o surgimento de uma nova classe social, que iria conduzir o progresso do mundo dali em diante: a burguesia.

  No século XIV, a feira de Champanhe entra em crise, em função da Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453) entre França e Inglaterra e da peste negra (ou bulbônica), que havia se disseminado naquela região. Outra feira ganha destaque: Flandres, na Bélgica. No entanto, para chegar em Flandres os mercadores tinham de passar dentro da propriedade de senhores feudais, tendo que lhes pagar uma determinada quantia, o que tornava caro a viagem. Por esse motivo, os italianos adotaram uma nova rota comercial. Navegando pelo atlântico, passando pela Ibéria, chegavam à Flandres. Tal rota acabou por beneficiar o comércio na Ibéria, sobretudo em Portugal, visto que os navegadores lá paravam para se reabastecerem (isso foi importante na acumulação de recursos por Portugal que resultou, mais tarde, no processo de expansão marítima).

 

Movimento das Cruzadas julho 8, 2011

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  As cruzadas foram expedições militares realizadas entre os séculos XI e XIII, lideradas pela Igreja Católica, cujo objetivo era retomar as terras consideradas sagradas pela cristandade que haviam sido tomadas pelos muçulmanos. Objetivavam, portanto, por fim ao cerco territorial que os muçulmanos vinham impondo aos cristãos na Europa.

  A Igreja assumiu a liderança do movimento por buscar reafirmar-se no oriente e reunificar as igrejas ortodoxa e apostólica romana, que haviam se separado no Cisma do oriente, no início do século XI, em 1054.

  Além dos motivos religiosos, outros fatores influenciaram na organização das cruzadas: o crescimento demográfico europeu e a persistência do direito de primogenitura. O crescimento demográfico, que gerou um excedente populacional, culminou na necessidade de expansão territorial pelos senhores feudais. O direito de primogenitura garantia apenas ao primeiro filho do senhor feudal a herança de terras e riquezas. Cabia aos outros filhos – nobres – tornarem-se membro do clero, transformarem-se em vassalo ou partir pelo mundo como cavaleiro, em busca de aventuras e conquistas.

  Assim, tanto a  população marginalizada socialmente (o excedente populacional) quanto os nobres sem feudo viam nas Cruzadas uma possibilidade de enriquecerem, ou mesmo de se aventurarem pelo mundo.

  É preciso ressaltar que as Cruzadas também tiveram um viés comercial. Os negociantes italianos apoiaram as Cruzadas esperando pela reabertura do mar Mediterrâneo, o que iria deflagrar na retomada do comércio entre ocidente e oriente, além de garantir-lhes entrepostos e vantagens comerciais no oriente. E, de fato, foi o que ocorreu. Na Quarta Cruzada (1202-1204) houve a tomada do mar Mediterrâneo pelos italianos, reiniciando o comércio com o oriente.

  As Cruzadas, embora tenham se iniciado com um viés puramente espiritual, acabaram se desvirtuando, assumindo um papel notadamente comercial, sobretudo pela influência dos negociantes italianos.

Baixa Idade Média – Crescimento Demográfico julho 8, 2011

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No século X as guerras que haviam assolado a Europa, notadamente as invasões bárbaras, já haviam terminado. Ao mesmo tempo, por viverem isolados nos feudos, os servos e os senhores feudais estavam menos sujeitos às epidemias. Deste modo, melhoraram-se as condições de vida do homem feudal, possibilitando a melhoria do cultivo e a possibilidade de crescimento demográfico. De fato, foi o que ocorreu. A partir do século X a taxa de natalidade cresceu substancialmente enquanto a de mortalidade se mantinha estável. Há, portanto, uma explosão demográfica na Europa.

A expansão demográfica promove o desequilíbrio na oferta e demanda de alimentos. A primitiva e ineficiente produção agrícola feudal não consegue suprir as necessidades de uma sociedade em expansão. Surge, no interior dos feudos, o excedente populacional. Dada a insuficência de recursos para prover o excedente populacional, inicia-se o processo de marginalização social. Os senhores feudais expulsam de suas terras a população excedente. Tal população se desloca, em sua maioria, para antigos centros urbanos, passando a viver do comércio, criando mercados latentes, verdadeiros pólos comerciais. Outros, passam a viver do saque.

Note-se que o crescimento demográfico iniciado no século X exigia melhores colheitas, estimulando o aperfeiçoamento e/ou a criação de novas técnicas. É nesse período que surge, por exemplo, o arado. Contudo, o desenvolvimento tecnológico se esbarrava na falta de motivação do servo, uma vez que, para ele, não haveria benefícios. Para o servo, o desenvolvimento técnico lhe traria mais trabalho, na medida em que ele se via obrigado a pagar tributos ao senhor feudal. Desse modo, o crescimento demográfico não é acompanhado por um aumento na oferta. Os senhores feudais buscam pela expansão territorial. Reiniciam-se as guerras de conquista, utilizando-se do excedente populacional como “soldado” e posterior ocupante do território conquistado. É nesse contexto que se inseriram a a participação de muitos cavaleiros (nobres) na Guerra de Reconquista, contra os árabes na península ibérica. Também nesse contexto estão as Cruzadas, iniciadas no século XI, se estendendo até o século XIII, sob liderança da Igreja Católica.

Baixa Idade Média – Cruzadas

Baixa Idade Média – Renascimento comercial

Baixa Idade Média – Renascimento Urbano

As corporações

A baixa Idade Média – Introdução julho 8, 2011

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A baixa Idade Média compreende o período que se estende do século X ao XV. Uma série de transformações em progresso culminaram na crise do feudalismo e início do capitalismo.

No plano econômico, a economia auto-suficiente do feudo foi dando espaço ao comércio.

No plano social, a sociedade hierarquizada e estamental foi sendo progressivamente desestruturada, à medida em que surgia uma nova classe social: a burguesia.

Politicamente, os senhores feudais, que detinham um enorme poder em seus feudos, foram progressivamente perdendo espaço para o poderio centralizador do rei, num processo que resultaria na criação dos Estados Nacionais.

Baixa Idade Média – Crescimento Demográfico

Baixa Idade Média – Cruzadas

Baixa Idade Média – Renascimento Comercial

Baixa Idade Média – Renascimento Urbano

As corporações

Teocentrismo cristão julho 5, 2011

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  Em meio às crises social, econômica e política às quais o Império Romano se via submetido e o ambiente de guerra em que a Idade Média se iniciou dado às invasões bárbaras, a Igreja católica foi praticamente a única a conseguir manter-se como instituição. Sua grande riqueza, sua hierarquia bem estruturada e as heranças da cultura greco-romana a ela incorporadas foram fundamentais para o papel preponderante adotado pela Igreja durante os 10 séculos da Idade Média.

  A Igreja Católica ( o termo “católico” – adjetivo grego que significa “Universal” – só viria a ser incorporado a partir do século XVI, por decisão do Concílio de Trento. Até então, o termo correto era Cristandade), considerada a maior “senhora feudal” de todo o medievo, exerceu enorme influência na cultura e pensamento entre os séculos V e XV. Sua influência se estendia até mesmo aos bárbaros, muitos deles pagãos, os quais foram convertidos à cristandade.

  O monopólio cultural-ideológico da Cristandade forjou a mentalidade medieval de tal modo que passou a justificar o poderio e riqueza do clero e nobreza em detrimento da pobreza em que vivia a maioria da populaçao. Em troca, os clérigos prometiam ao povo o paraíso celestial.

  O monopólio cultural-ideológico da Cristandade ficou conhecido como Teocentrismo cristão, que pressupunha a presença de Deus no centro de tudo e, portanto, todas as ações humanas deveriam ser feitas com base nos mandamentos divinos, estes sob tutela da Igreja.

Sociedade feudal julho 5, 2011

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  A sociedade feudal era estratificada, isto é, formada por camadas, onde no topo encontravam-se o rei, o clero e o nobres. Esses detinham enormes privilégios, dentre os quais a não necessidade de pagar impostos. Esta elite feudal era sustentada pelo povo – servos e vilões (homens livres) – que eram obrigados a pagar impostos mediante trabalho exaustivo.

  Note-se, portanto, que por tratar-se de uma sociedade agrária e amonetária, o critério de diferenciação social, ou seja, aquilo que expressava riqueza e poder, era a posse de terra e do trabalho do servo. Deste modo, o senhor, dono das terras (seja ele um grande proprietário cuja riqueza tem origem no Império Romano, um clérigo ou um nobre), via-se numa situação de extremo privilégio, no qual lhe era permitido expropriar o fruto do trabalho de seus servos, sendo sustentado por eles. Por outro lado, o servo era obrigado a pagar impostos ao seu amo (senhor) que, por sua vez, arrendava-lhe um pedaço de terra e garantia-lhe proteção militar.

  Há que se fazer uma ressalva aqui. Um erro comum é a comparação da servidão com a escravidão. O servo não é um escravo, na medida em que ele não possui um dono, não sendo, portanto, uma mercadoria. O servo está ligado exclusivamente à terra e não é posse de seu senhor, não podendo ser vendido. Se o senhor feudal de sua terra é trocado, o servo permanece em sua tenência (terra). As relações senhor-servo seguem uma linha vertical, hierarquizada. O servo é obrigado a entregar parte de sua produção ao senhor. E é isto o que prende o servo camponês à terra (além, obviamente, da necessidade de sobreviver dela). Esta situação do servo, de certo modo, lhe dava segurança, uma vez que ele não podia ser arrancado de sua tenência. Assim, o camponês podia sempre contar com um pedaço de terra para sustentar sua família.

  Durante a Idade Média, a terra tinha grande significado. Deste modo, tornou-se comum a concessão de terras em troca de serviços prestados. Esta concessão dava-se entre nobres. Aquele que concedia era o suserano e o que a recebia seu vassalo. Construía-se entre os dois uma relação horizontal, de ajuda mútua. O vassalo jurava fidelidade ao seu suserano, prometendo acompanhá-lo em tempos de guerra, além de pagar seu resgate caso fosse preso. O suserano, por seu turno, comprometia-se a proteger militarmente o vassalo e conferir-lhe o direito de posse daquela terra. Embora a relação fosse horizontal, de igual para igual, em termos hierárquicos, o suserano encontrava-se acima do vassalo.  Neste contexto, o rei era o suserano mor, dono de todas as terras, a quem todos devinha obediência e fidelidade. Contudo, na prática, não era bem assim. Com a contínua divisão da terra e o amplo poderio dos senhores feudais, o poder real foi desfragmentando-se, de modo que os feudos passaram a auto-governar-se, com regras e “governos” próprios. O rei, progressivamente, perdia poder e influência.

  Embora para a maioria da população – servos e vilões – a ascensão social fosse impossível – por isso a sociedade feudal era estamental (não possibilita ascensão social) – os nobres tinham como aspiração máxima tornar-se cavaleiro. A Idade Média nasceu em meio a guerras proporcionadas pelas invasões bárbaras e, por isso, os cavaleiros tornaram-se verdadeiros herois. Considerando-se que apenas o filho primogênito tinha direito à herança do nobre, aos outros filhos cabia entrar para o clero ou almejar a cavalaria, dado que as duas instituições tinham enorme prestígio à época.

Feudalismo: economia e propriedade julho 4, 2011

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  O modo de produção feudal baseava-se nas relações de reciprocidade no campo. O senhor, que detinha a posse da terra (senhores feudais, clero e nobreza), conferia proteção e o direito de viver daquela terra ao servo camponês. Este, por sua vez, detinha obrigações, dentre as quais a maioria consistia na determinação de parte da produção ao senhor. Deste modo, é fácil perceber que os ganhos do senhor consistiam na expropriação do fruto do trabalho do servo, mediante obrigações/impostos tais como a Corvéia, Talha etc. Neste cenário de expropriação, o servo não se via motivado a aumentar a produção, isto é, a inovar no sentido de melhorar as técnicas e elevar a produtividade, uma vez que se o fizesse, isto se refletiria em mais trabalho para o servo e mais ganhos apenas para o senhor. Por esse motivo, o progresso técnico na Idade Média é ínfimo, sendo a principal técnica utilizada a rotação de cultura.

  Assim, o modo de produção feudal, que se resume às relações produtivas no campo (portanto é uma economia estritamente agrária), davam-se em uma vila (grande propriedade rural) isolada, autônoma e auto-suficiente, onde o comércio era praticamente inexistente e a economia amonetária.

O feudo era dividido em:

Manso senhorial, que era propriedade particular do senhor feudal, lugar no qual erigia-se o castelo;

Manso servil, parte da propriedade arrendada aos servos, onde eles viviam e trabalhavam;

Manso comunal, de uso coletivo. Tanto o senhor quanto os servos usufruiam do manso comunal no qual, geralmente, localizavam-se o bosque e o pasto.

A origem do feudalismo julho 4, 2011

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  A origem do feudalismo remonta à crise do Império Romano. A partir do século III passa a haver um processo de declínio do poderio de Roma. Com o cessar das guerras, a estrutura produtiva romana – escravismo – entra em bancarrota.

 Os escravos, prisioneiros de guerra, se tornaram uma mercadoria escassa a partir do momento em que as guerras conquistadoras do Imério Romano cessaram. Com a diminuição da oferta de mão-de-obra, consequentemente, seu preço se eleva, de modo que toda a cadeia produtiva é afetada. A diminuição da produção afetava o nível de exportações romanas que, por sua vez, compunha o mais importante fator gerador de riqueza do império. Com a geração de riquezas declinando, Roma passa a ter que gastar os despojos de guerra. O empobrecimento do Império promove um êxodo urbano. Os grandes propretários de terra, dada a falta e o alto preço da mão-de-obra, passam a arrendar suas terras aos colonos – a plebe urbana e até escravos – que ganham o direito de viver da e na terra, dando ao senhor parte de sua produção, em troca de proteção e do diretio de ali viver. Incia-se o colonato, estrutura produtiva baseada em relações de reciprocidade – entre o colono e o senhor – cujo resultado é a diminuição da produção e do comércio. 

Aproveitando-se do enfraquecimento do Império Romano, os bárbaros germânico invadem Roma e em 476, tomam o império.

OBS: No século IV o Império Romano havia sido dividido em dois: o Império Romano do Ocidente e o Imperio Romano do Oriente. Os bárbaros germânicos, no século V, tomam o Império Romano ocidental, enquanto o oriental perduraria até o século XV, quando em 1453 é tomado pelos turcos otomanos, pondo fim ao feudalismo.

A partir da tomada dos bárbaros, o processo de êxodo urbano chega ao seu auge. Muitos do líderes das tribos germânicas tornam-se senhores da terra, “empregando” camponeses numa relação de servidão, baseada na auto-suficência da vila (grande propriedade) onde o servo camponês produzia para si e para o senhor. Não obstante, no século VIII, os árabes tomam o Mediterrâneo, impossibilitando o comércio com o oriente. Com a diminuição do comércio, chegando à quase inexistência, as vilas se isolam, produzindo para auto-suficiência, autônomanente, chegando mesmo a ter regras/governo próprio cujos desdobramentos resultam no feudalismo.

Feudo: vila agrária auto-suficiente, autônoma, isolada.

Fisiocracia outubro 3, 2010

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François Quesnay

Antes de explicar a fisiocracia e sua fundamental teoria do excedente, faz-se necessário a inserção dessa corrente de análise econômica em seu contexto histórico, de modo que sua abrangência e suas limitações sejam evidenciadas de forma clara e objetiva.

A fisiocracia surgiu na França em meados do século XVIII, com o objetivo de investigar o sistema econômico em seu conjunto. A economia francesa nesse período era predominantemente agrícola, sendo a condução das atividades agrícolas majoritariamente capitalistas, com uma classe bem definida de arrendatários burgueses, sobretudo na parte setentrional francesa. Por outro lado, na faixa meridional do território francês encontrava-se principalmente o tipo camponês. Nas cidades, por sua vez, as atividades manufatureiras eram generalizadamente artesanais, embora não fosse ausente a gestão capitalista.

Quando confrontadas, a agricultura capitalista e a camponesa, evidenciava-se a superioridade produtiva do capitalismo. Desse confrontamento decorre que os economistas fisiocratas vão passar a enxergar na gestão capitalista da atividade agrícola a forma mais desejável de se expandir para todos os meandros da economia francesa. Por outro lado, as atividades manufatureiras urbanas capitalistas eram, de certa forma, omitida pelos fisiocratas, por dois motivos fundamentais: primeiro em função do predomínio da condução artesanal e segundo por que os fisiocratas viam como tarefa histórica do capitalismo a ampliação do excedente. Dessa forma, os fisiocratas vão evidenciar aquelas atividades nas quais é possível a formação do excedente, quais sejam: as atividades agrícolas. Se o excedente só existe na agricultura, o capitalismo, como meio para ampliar o excedente, faz sentido exclusivamente dentro do âmbito da atividade agrícola. É nesse contexto que surge a teoria do excedente.

Excedente é a parte da riqueza produzida que excede a riqueza consumida durante o processo produtivo. As vantagens associadas à sua produção estão relacionadas à ampliação do consumo, sua reutilização na economia, proporcionando o crescimento econômico.

A origem do excedente, de acordo com os fisiocratas, depende unicamente da fertilidade do solo. Como exploca Napoleoni, ” se o excedente surge precisamente naquela atividade em que a terra intervém como elemento determinante do processo produtivol, isso significa que é à própria terra a que se atribui o poder de dar origem a um produto líquido.” Tal excedente seria direcionado exclusivamente à renda fundiária. Não há concepção de lucro na fisiocracia (a não ser o lucro temporário), de forma que a renda obtida pelo arrendatário é considerada como parte dos gastos da produção, isto é, a renda do arrendatário é totalmente destinada ao proprietário da terra.

Um dos grande problemas encontrados na fisiocracia é a inexistência de uma teoria do valor. Tal ausência limita o pensamento fisiocrático, na medida em que impossibilita a mensuração, ou seja, a determinação quantitativa (em termos de valor) das grandezas física distintas da produção econômica. Assim, na fisiocracia considera-se apenas o aspecto físico da produção, como, no caso da agricultura, onde cada um dos bens empregados no processo produtivo se reencontra em maior quantidade no conjunto dos bens produzidos pelo próprio setor. Nesse caso, “maior” seria a expressão que denotaria a “mensuração” do excedente.

Segundo o pensamento fisiocrata, seria necessário mais do que a expansão do capitalismo a todo o território para maximizar a produtividade da economia. Ao menos três medidas político-econômicas decorrentes da teoria do excedente são vistas como necessárias: primeiramente a abolição das restrições impostas pela política-econômica francesa às exportações, evitando o excesso de oferta no mercado interno e a consequente redução do preço (ou diminuição da produção). A segunda medida, em conjunto com a primeira, compõem a frase-símbolo do pensamento fisiocrata: “laissez-faire, laissez passer” (deixai fazer, deixai passar, que expressa a liberdade econômica, isto é, a não intervenção estatal na economia proclamada pelos fisiocratas). Para esses economistas seria imprescindível evitar toda forma de monopólio na atividade manufatureira, suprimindo-se as barreiras à livre circulação de mercadorias no território nacional, de modo que os preços dos manufaturados sejam estabelecidos ao nível mais baixo, maximizando o valor real da renda. Por fim, os fisiocratas estabelecem o imposto único (Impot Unique), uma imposição fiscal que não incidiria sobre a produção, mas sobre a renda, para que não seja impedido a reintegração do capital circulante e a renovação do capital fixo que se faz necessário para a manutenção de um certo nível de produtividade.

O Regime Liberal Populista (1945-64) outubro 13, 2009

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 Em 1945 finalizava o governo Vargas ( Estado Novo). Novas eleições presidenciais seriam disputadas neste mesmo ano.

 PSD e PTB formaram uma coligação imbatível.  O PSD cooptava as elites, enquanto o PTB agregava a grande massa popular. Ambos lançaram o candidato Eurico Gaspar Dutra, general do exército. E como já se podia prever, Dutra saiu vitorioso.

 Em 46 foi formulada uma nova constituição para o Brasil: a Constituição de 1946. Era  a mais democrática de todas até então. Estabelecia o voto como sendo secreto e universal, exceto para os analfabetos, que estariam excluídos do ato de votar. O poder político estaria dividido em três (legislativo, executivo e judiciário). Limitava-se o direito de realização de greves e ainda mantinha-se certos resquícios corporativistas do Estado Novo. Aliás, uma das grandes características de todo o período histórico brasileiro compreeendido entre 1945 e 1964 foi o forte populismo adotado.

 Na conjuntura internacional, chegava-se ao fim da Segunda Guerra Mundial e, portanto, se iniciava a Guerra Fria. O antagonismo entre socialismo e capitalismo era evidente. No Brasil, dada a grande força política demonstrada pelo Partido Comunista (PCB) nas eleições de 45, Dutra o colocou na ilegalidade.

 A política-econômica do governo Dutra se baseava no liberalismo. Não havia intervenção estatal na economia e o mercado nacional se encontrava aberto aos produtos e ao  capital estrangeiro, sobretudo norte-americano. Diante da inundação de importados, as indústrias brasileiras sofreram forte abalo, culminando num sensível decréscimo empresarial nacional. A partir de então, o governo passou a adotar um tímido intervencionismo. A função do Estado seria, basicamente, a de regularizar as importações, de tal forma que “protegesse” os industriais brasileiros. Esse intervencionismo teve como carro-chefe o Plano SALTE, cujo objetivo era controlar os gastos públicos nas áreas da saúde, alimentação, transporte e energia.

 Em 1950 Getúlio Vargas articulava seu retorno à presidência. Neste mesmo ano se candidatou ao cargo e, na ausência de qualquer outro concorrente que lhe oferecesse perigo, saiu vitorioso. Vargas era o novo presidente do Brasil. Nessa conjuntura, a principal questão que se aflorava nos meios políticos era como promover o desenvolvimento industrial nacional. Sob esse aspecto, dois projetos se tornaram evidentes: o liberalismo e o nacionalismo. O primeiro preconizava o livre mercado, o “Estado mínimo”, a abertura do mercado ao capital externo e  a integração do Brasil ao contexto econômico global. Os liberalistas acreditavam que as multinacionais que se instalariam no país trariam tecnologia que, por sua vez, contribuiriam para o crescimento e modernização da indústria nacional. Contudo, o lado negativo do liberalismo era a inevitável ampliação da dívida externa.

 Os nacionalistas defendiam um Estado forte, que controlasse a economia. Eram contrários à abertura do mercado interno ao capital externo, e achavam ingenuidade acreditar que as multinacionais trariam tecnologia de ponta para o Brasil, nos ajudando a desenvolver e a modernizar nossas indústrias, a tal ponto de nos tornarmos seus próprios concorrentes. Além do mais, achavam desaconselhável a ampliação da dívida externa.

 Getúlio Vargas se comprometeu com o nacionalismo. No entanto, foi bastante flexível no que diz respeito à entrada do capital externo no Brasil. O Estado incorporou o papel de responsável por juntar um montante capaz de erguer a indústria brasileira, uma vez que dificilmente a iniciativa privada o faria (o investimento era alto demais e o retorno só viria a longo prazo). Nesse contexto se insere a campanha estatal “O petróleo é nosso”, onde Vargas trabalhava na criação da Petrobras.

Diante dessa conjuntura é importante ressaltar a iminência da Guerra Fria e o antagonismo evidente entre capitalismo e socialismo no cenário global. Qualquer medida nacionalista tomada nesse momento histórico era caracterizada como comunista. Vargas, com seus projetos esquerdizantes foi taxado de subversivo e comunista. Sofreu forte oposição por parte da classe média, da elite e das Forças Armadas brasileiras. Quando tentou criar a Eletrobras, a pressão foi tanta que Vargas não a suportou e, temendo um golpe de Estado, suicidou-se (clique aqui e veja a “Carta-testamento” escrita por Vargas. A comoção foi geral. Toda a nação saiu às ruas para se despedir do “pai dos pobres”. A reação popular foi tão intensa que impediu que as forças conservadoras dessem um golpe e assumissem o poder. O vice-presidente, Café Filho, assumiu a presidência.

Chegamos às eleições de 1955. Juscelino Kubitschek concorria pelo PSD, João Goulart (“Jango”) pelo PTB e Joarez Távora, pela UDN. Mais uma vez PSD e PTB se uniram, indicando JK à candidatura à presidência e Jango como seu vice. JK é eleito presidente do Brasil.

  Durante o governo de JK houve grande estabilidade política e prosperidade econômica. A única oposição ao seu governo advinha da UDN. Seu slogan “50 anos em 5” resume esse período de intenso crescimento industrial.

JK adoutou o nacionalismo-desenvolvimentista. Embora o Estado estivesse no controle da economia, o mercado interno estava totalmente aberto ao capital privado estrangeiro. Ao Estado cabia gerir um “plano de metas”, cujos investimentos eram destinados às áreas da educação, alimentação, indústria, transporte e energia.

 Como balanço do governo JK pode-se indicar um amplo crescimento econômico, associado ao desenvolvimento e modernização das indústrias nacionais, a consolidação do modelo de substituição de importações e uma tremenda ampliação da dívida externa.

 Nas eleições de 1960 concorriam Jânio Quadros pela UDN e Jango pelo PSD/PTB. Como as eleições eram separadas (votava-se para presidente e vice, distintamente), Jânio venceu como presidente e Jango como vice.

 Jânio Quadros foi além do populismo varguista. O próprio presidente passou a se identificar com as massas. Andava mal vestido, tinha caspas e chegou a ser fotografado comendo pão com salame em um de seus comícios. Adotou a vassoura como símbolo de seu governo, com a qual varreria a corrpução da política brasileira. Se destacava em sua retórica, utilzando-se de um palavriado difícil, muitas vezes deixando o povo sem entender nada do que falava. Jânio foi o político que mais soube usar sua imagem em benefício próprio. Abusava de aparições nos recém-surgidos meios de comunicação. Tudo isso lhe garantiu significativa popularidade entre as classes mais baixas. Sua maneira de “fazer” política, no entanto, era um tanto quanto singular. Jânio não possuía qualquer relação mais estreita com nenhum partido. Era um político sem ideologia. Nem nacionalista, nem liberal. Em seu governo adotou uma série de medidas polêmicas, como a proibição de se utilizar biquinis em praias, a criminalização das brigas de galo etc. Medidas essas sem grande importância que, contudo, servia como máscara à falta de diretrizes de seu governo. Enquanto isso, a dívida externa alcançava elevados níveis, a inflação começava a sair do controle e a economia demonstrava sinais de estagnação.

 Como todo político que fracassa na política interna, Jânio se voltou para a política externa. Se aproximou dos socialistas e criticou veementemente a agressividade com que os EUA tratavam a Cuba de Fidel Castro. Com isso ganhou a oposição das elites e das Forças Armadas nacionais. Subitamente, Jânio renunciou. Sem qualquer explicação.

 As Forças Armadas impediram a posse do vice, Jango, temendo a implantação do comunismo no Brasil ( Jango acabara de voltar da China, numa conversação com o presidente chinês que, por sua vez,era comunista). No entanto, as próprias Forças Armadas se dividiram. De um lado estavam aqueles que apoiavam a posse do vice, de outro os que contrariavam tal ato. Com o país à beira de uma guerra civil, o Congresso toma uma decisão: a implementação do parlamentarismo. Jango assumiria a presidência, mas o governo iria para as mãos de um primeiro-ministro.

 Pouco mais de 2 anos depois, era evidente o fracasso do sistema e houve o retorno ao presidencialismo. Na segunda fase do governo de João Goulart, houve a adoção do Plano Trienal, como qual o governo combateria a inflação, pagaria a dívida externa, reergueria a indústria nacional e implementaria as reformas de base. Tais reformas constituíam a mais séria proposta de redistribuição de renda no Brasil até então. Contudo, haviam obstáculos. Em primeiro lugar a ausência de apoio do governo norte-americano, tão importante na renegociação da dívida externa, em função do caráter esquerdizante de tais medidas. Segundo, a oposição das elites brasileira. Terceiro, o controle da inflação dependia de medidas impopulares que o governo não estaria disposto a tomá-las.

 Mesmo com a oposição ao seu governo, Jango insistiu na intensificação da reforma agrária e antecipou uma futura reforma urbana. Assustou a tal ponto a classe média, a elite e as Forças Armadas que um golpe começou a ser preparado. Com o apoio tácito dos EUA e sob o controle das Forças Armadas, em 1964 João Goulart foi deposto e iniciava-se a Ditadura Militar. Inicialmente com um caráter provisório, tinha como intenção o restabelecimento da ordem política interna e o saneamento da economia, logo em seguida devolveria o poder aos civis. No entano, a Ditadura Militar durou mais de 10 anos. 

 

O Estado Moderno – O absolutismo junho 9, 2009

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O Estado moderno, absoluto, por um lado constituía-se um “estado feudal transformado”, com a manutenção da burocracia administrativa e dos privilégios seculares dos senhores feudais. Por outro, demonstrava-se um dinâmico agente mercantil, incentivando o lucro, ampliando os mercados e apoiando os burgueses.

Os principais teóricos do absolutismo foram Nicolau Maquiavel, Jacques Bossuet e Thomas Hobbes. Maquiavel, autor de O Príncipe, dizia ser aceitável qualquer ação real, até mesmo a violência, desde que o objetivo seja o bem estar comum. Para Hobbes, autor de Leviatã, o Estado deveria ser uma entidade todo-poderosa, sendo todas as esferas sociais a ele submetidas. Jacques Bossuet foi o criador da teoria do Direito Divino dos Reis, segundo a qual o rei é um missionário de Deus na Terra. Dessa forma, criticar o rei seria o mesmo que criticar Deus. Com essa teoria criava-se um caráter intocável do poder absoluto.

Nesse contexto de concretização dos ideais absolutistas, a Inglaterra se constituia uma nação singular. A presença da Gentry fez esse país ser o primeiro a se livrar dos grilhões do poder absoluto, em prol de um governo burguês e voltado para o desenvolvimento econômico. A Gentry consistia da nobreza togada (ou de título), eram ricos burgueses que haviam comprado títulos nobiliárquicos e faziam parte do Parlamento. Logo, pode-se concluir que grande parte da nobreza inglesa era favorável ao fim dos entraves ao desenvolvimento capitalista e, portanto, dos abusos do absolutismo.

Carlos I, rei da Inglaterra e pertencente a dinastia Stuart, tenta criar novos impostos, batendo de frente com o Parlamento e gerando insatisfações. Os parlamentares lhe impõem a Petição dos Direitos (ou segunda Carta Magna), ratificando a impossibilidade de criação de novos impostos pelo rei sem a aprovação do Parlamento. Carlos I fecha o Parlamento. Em seguida, necessitando de fundos (provenientes da burguesia), o reabri. Ao tentar fechá-lo novamente desencadeia a Guerra Civil (ou Revolução Puritana). Os ingleses se dividem em dois partidos: os cavaleiros, partidários do rei; e os cabeças redondas, ligados ao Parlamento. Os cabeças redondas vencem a guerra e, sob a liderança de Oliver Cromwell, implantam o republicanismo na Inglaterra. Inicia-se o período denominado commonwealth. Esse é o único período da história inglesa onde se opta pelo republicanismo.

 

 Com a morte de Oliver Cromwell emerge uma instabilidade política na Inglaterra. O Parlamento opta pelo retorno da monarquia. O sucessor, diretamente ligado a dinastia Stuart, era católico e absolutista. Os parlamentares decidem apoiar Guilherme de Orange, holandês indiretamente ligado a dinastia Stuart. Guilherme vence, na denominada Revolução Gloriosa (ou inglesa) e é submetido, pelo Parlamento, a Bill of Rights, onde o poder real estaria submetido ao poder parlamentar.

 A Revolução Inglesa pode-se equivaler a Revolução Francesa, uma vez que ambas moviam-se no sentido do fim dos entraves absolutistas e remanescentes do mundo feudal ao progresso capitalista.

Renascimento Cultural maio 12, 2009

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O surgimento do capitalismo comercial, a partir do século XVI, na Europa, com a reabertura dos mares Mediterrâneo, Báltico e do Norte implicaram em transformações substanciais em todas as esferas da sociedade, sobretudo cultural. Primeiro grande movimento cultural burguês, o Renascimento valorizava uma cultura laica (não-eclesiástica) e racional. Embora tentasse romper com as concepções católico-feudal, as vezes confundiam-se ou mesclavam-se  os novos valores burgueses e os antigos preceitos eclesiásticos, evidenciando o caráter transitório do movimento (transição do feudalismo para o capitalismo).

Os renascentistas buscavam subsídios na cultura Greco-Romana, característica marcante do Renascimento Cultural, denominada Classicismo. Embora negassem os valores medievais e valorizassem a cultura clássica, não se pode considerar o Renascimento como um renascer cultural propriamente dito, como se antes, na Idade Média, não houvesse cultura. O Renascimento foi a retomada de valores da Antiguidade Clássica úteis a vida burguesa. Dessa forma buscou-se o antropocentrismo (o homem no centro do universo), o humanismo (valorização do homem), o hedonismo (valorização dos prazeres terrenos) e o naturalismo (representação e estudo da natureza humana na literatura, nas artes e nas ciências).

Alguns renascentistas consideravam a Idade Média como um período de trevas, de morte cultural. No entanto, isso não é verdade, na medida em que na era medieval surgiram as universidades e a arte gótica.

A Renascimento tem início a partir do momento em que se reinicia a comercialização no mar Mediterrâneo, do Norte e Báltico, com as Cruzadas. O renascer comercial e urbano, principalmente na Itália, dada a proximidade desse país com o Mediterrâneo, fez surgir uma nova classe social: a burguesia. Juntamente com a ascensão econômica burguesa novos valores emergiam, condizentes com o caráter mercantil dessa nova classe social. Daí o ambiente propício ao desenvolvimento do Renascimento Cultural. Além disso, haviam os mecenas, ricos burgueses patrocinadores das artes em geral. Buscavam, além do engrandecimento pessoal, vantagens econômicas e culturais.

O Renascimento foi um movimento de grande valor cultural, pois retirou o monopólio da explicação das coisas do mundo da Igreja Católica. Incentivava-se a crítica, o racionalismo e o empirismo (realização de experiências para se comprovar hipóteses científicas). Substituíam a fé pela razão, a Igreja pela ciência.

O Renascimento Cultural representou um abalo nas barreiras ao progresso científico a tal ponto de elas não mais representarem um entrave ao seu crescimento.

A República da Espada abril 10, 2009

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Governos militares de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

O desgaste entre D.Pedro II e suas três principais bases (Igreja, Exército e Cafeicultores) durante o Segundo Reinado levaram à deposição do imperador autoritário e à proclamação da República, em 1889.

Num primeiro momento foi acordado uma aliança entre militares e cafeicultores (união de poderio político do exército com o domínio econômico da burguesia cafeeira) , no sentido de que caberia às Forças Armadas a deposição do Imperador e a instauração das instituições republicanas. Temia-se um contra-golpe monárquico e somente um governo forte, autoritário e armado seria capaz de inibir qualquer oposição à República. Inicia-se então o governo provisório do Marechal Deodoro da Fonseca.

Nesse momento afloram-se os projetos republicanos para o Brasil. O mais contundente deles, o Projeto Republicano Liberal, apoiado pelos cafeicultores paulistas e pelo PRP (Partido Republicano Paulista), baseava-se sobremaneira no liberalismo norte-americano. Condenavam a centralização política do império e seu governo, às vezes, externo a burguesia agrário-exportadora, sobretudo, paulista. Visavam uma república federativa, com grande dose de autonomia para os estados. Só assim poderiam gerir plenamente a economia cafeeira de São Paulo, inclusive sob o ponto de vista da administração pública. O poder político era visto como um mero acessório ao poder privado, ou seja, um meio através do qual os lucros individuais poderiam ser maximizados.

O Projeto Republicano Positivista, por sua vez, tinha grande adesão entre os militares. Baseado no positivismo de Augusto Comte, cuja sustentação era razão, ciência e progresso viam o império como um empecilho a evolução humana. Acreditavam que o progresso deveria ser alcançado a qualquer custo, mas sempre mantendo a ordem. Daí o papel fundamental do Estado. Objetivavam um poder centralizado, autoritário, uma “Ditadura Republicana”. Eram industrialistas e protecionistas. Reconheciam os direitos dos cidadãos, mas esses nunca deveriam se impor mediante manifestação pública.

O Projeto Republicano Jacobino, compunha-se pelas classes sociais urbanas. Baseavam-se no período radical da Revolução Francesa, quando se instaurou o “Terror” na França. Para eles, o império deveria ser destituído devido ao seu imobilismo, ao escravismo e a exclusão política da população pobre. Queriam um sistema onde toda a população pudesse participar das decisões políticas.

Durante seu governo provisório, Deodoro da Fonseca se cercou de políticos positivistas. Com o fim do perigo iminente de um contra-golpe monárquico, o consenso entre cafeicultores e militares se rompeu. Além disso, o autoritarismo em que governava Deodoro dificultava o surgimento de um acordo entre ambas as partes.

Logo no início de seu governo Deodoro tomou algumas medidas mais urgentes, como o fim das instituições republicanas, dentre elas a Constituição de 1824, do poder moderador; e a separação entre Igreja e Estado. Entretanto, o governo já se encontrava com problemas. A oposição da marinha (monarquista) e o próprio caráter autoritário do presidente, que culminariam, posteriormente, em sua deposição.

O marechal Deodoro convocou para o ministério da fazenda o intelectual baiano Rui Barbosa. Sua política econômica visava o desenvolvimento das indústrias no país. Note que esse foi o primeiro momento da história do Brasil em que um governante optou pelo desenvolvimento industrial. No entanto, Rui Barbosa encontrou como empecilho a escassez de crédito. O ministro acreditava que a liberação da mão-de-obra escrava e a chegada de levas de imigrantes, gerariam um contigente enorme de trabalhadores assalariados, ocasionando demanda por papel-moeda. Dessa forma, os bancos nacionais foram estimulados a emitir dinheiro, leis foram criadas com o intuito de promover o surgimento de sociedades anônimas (empresas de capital aberto) e taxas alfandegárias foram aumentadas. O resultado foi o surgimento de inúmeras empresas fantasmas, existentes apenas no papel e um período de grande especulação na recém-criada bolsa de valores. A política emissionista de Rui Barbosa ficou conhecida como encilhamento (referente às corridas de cavalo, onde há apostas e especulações).

O desencadeamento de um forte processo inflacionário e crise econômica deixaram os cafeicultores paulista insatisfeitos. Qualquer projeto político que visasse a industrialização era vetado por eles. Queriam investimentos destinados unicamente ao setor agrário-exportador.

Na política, Deodoro adiava ao máximo a convocação da Assembleia Nacional Constituinte (devido ao caráter provisório do governo, caberia a ele promulgar uma constituição e realizar as eleições para presidente). Submetido a pressões cada vez mais crescentes, Deodoro se viu obrigado a convocar a Assembleia. Promulga-se a Constituição de 1891.  O Brasil se tornava uma República Federativa, com a divisão dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), independentes entre si. Instituiu-se o voto direto e aberto para cargos do executivo e legislativo, segundo o critério do Sufrágio Universal para homens maiores de 21 anos. Dessa forma, excluía-se da participação política os analfabetos, padres, soldados, mulheres e homens abaixo de 21 anos. Ficou decidido, no entanto, que a eleição do primeiro presidente seria indireta, através da escolha do Colégio Eleitoral.

Fazendo pressões e ameaças aos congressistas, Deodoro da Fonseca consegue se eleger presidente da república, agora constitucionalmente. O vice-presidente, por sua vez, pertencia à chapa opositora (cafeicultores), na medida em que a eleição era independente (votava-se para presidente e vice, distintamente). Dessa forma, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto assumiam o poder.

Embora o caráter autoritário de Deodoro tenha se mantido, ele agora teria que prestar contas ao Congresso, repleto de cafeicultores. Os choques eram inevitáveis. Para amenizar a situação de crise política e econômica, o presidente convocou para o ministério da fazenda um ex-monarca, latifundiário, ligado aos cafeicultores. Foi infeliz. A decisão gerou desconfiança tanto dos militares quanto dos cafeicultores. Dada a oposição aberta no Congresso, Deodoro se vê inteiramente pressionado e decreta Estado de Sítio, fechando o Congresso.

OBS: Estado de Sítio corresponde a uma medida legal tomada pelo governo em situações de emergência, quando é preciso a tomada de decisões rápidas, sem a necessidade de aprovação do Congresso. No entanto tal medida deve ser tomada com a aprovação do Congresso, sem a necessidade de fechá-lo.

A reação da oposição foi forte. A marinha e o próprio vice-presidente se manifestaram contra Deodoro.

A marinha, por sua vez, sob a figura do almirante Custódio de Melo mostrou seu lado republicano, liderando a Revolta da Armada, onde canhões foram apontados para a cidade do Rio de Janeiro. Diante das circunstâncias Deodoro da Fonseca cede e renuncia.

Floriano Peixoto assume a presidência. Adotando medidas populistas, com grandes doses de paternalismo (política na qual o governante oferece concessões ao povo visando, em troca, a não corporificação de projetos políticos de oposição) o presidente consegue articular em torno de si o apoio dos republicanos radicais (jacobinos), dos positivistas e dos cafeicultores.

OBS: Vale ressaltar que Floriano Peixoto pertencia à chapa dos cafeicultores. Prudente de Morais era o candidato à presidência e Floriano à vice. Prudente era cafeicultor e Floriano militar jacobino. Ele representava o exército dentro da chapa cafeicultora.

Floriano era industrialista e protecionista, embora não tão radical. A oposição, no entanto, alegava inconstitucionalidade, pois segundo a Constituição, na circunstância vigente, o vice deveria promover eleições para presidente. Ao mesmo tempo explode a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. O PRR (partido republicano riograndense) disputava com o Partido Federalista. O PRR apoiava Floriano e era composto por positivistas civis. O PF condenava a centralização política vigente no Rio Grande do Sul. Ao aderir ao movimento, apoiando o PRR, Floriano inicia um conflito nacional. Custódio de Melo se junta ao movimento, do lado do PF, e a marinha realiza a Segunda Revolta da Armada. Floriano não cede e monta seu exército nas ruas do Rio de Janeiro. O governo vence o movimento. E Floriano chega ao fim de seu mandato.

Note o jogo político contido nas ações de Custódio de Melo, que vem se evidenciando desde a Primeira Revolta da Armada. O almirante visava depor Deodoro da Fonseca, para que seu vice, Floriano, realizasse as eleições. Dessa forma, Custódio iria se eleger com chances de vitória, pois havia sido o responsável pela deposição de um governo inconstitucional (tal qual era o de Deodoro da Fonseca).

A eleição seguinte à presidência foi direta e Prudente de Morais  foi o primeiro presidente eleito pelo “povo”. Dessa forma, concretizava-se os ideais contidos no Projeto Republicano Liberal, uma vez que a partir de agora os interesses dos cafeicultores seriam atendidos.

Pode-se explicar o fracasso dos projetos políticos dos positivistas e jacobinos de maneira simples:

Os jacobinos, para que seu projeto obtivesse êxito, necessitavam de uma classe de operariados assalariados. No entanto, o Brasil era essencialmente agrícola, sendo a maioria dos trbalhadores localizados no campo, e não nas cidades. Dessa forma, tal projeto não tinha uma base sólida de sustentação.

Os positivistas, ao apoiarem a industrialização, necessitavam de uma burguesia forte, capaz de superar os desafios propostos pelo desenvolvimento industrial. Como o capital nacional estava concentrado nas mãos dos cafeicultores, essa burguesia não existia. Da mesma forma que os jacobinos, os positivistas não tinham sustentação.

É correto dizer que com a implantação da República o Brasil se tornara uma país democrático?

Ao contrário do que se pode imaginar, a situação da democracia brasileira piorou ao passar do império para a república. Mascarado pelo ideal do Sufrágio Universal, o sistema eleitoral brasileiro excluía a grande maioria da população do jogo político. Se no império, mesmo com o voto censitário, cerca de 15% dos brasileiros votava, na república, com a exclusão de padres, soldados, mulheres, analfabetos e homens menores de 21 anos, esse número não passava dos 3 %.

*Democracia (do grego, demos, povo e kratos, autoridade). Governo em que o povo exerce soberania… 

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Segundo Reinado setembro 16, 2008

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  Com o fim do Período Regencial, o partido liberal brasileiro entra no poder na figura de D. Pedro II, através do golpe da maioridade. De uma forma geral, os interesses dos liberais e conservadores foram atendidos, gerando um período de estabilidade política e fortalecimento da estrutura oligárquica, garantindo a manutenção do Parlamentarismo brasileiro. O Parlamento, instituído na Inglaterra, tinha como função viabilizar ou não as propostas do rei. Porém, no Brasil, o monarca governava sem tanta influência do parlamento, caracterizando o chamado “Parlamentarismo às avessas”.

  Ao decorrer do Segundo Reinado os Tratados de comércio do Brasil com a Inglaterra foram extintos e a tarifa Alves Branco foi criada. Essa, por sua vez, foi uma medida alfandegária adotada que garantia ao governo brasileiro uma grande renda, além de tornar os produtos estrangeiros importados (principalmente ingleses) mais caros. O Brasil viu-se obrigado a produzir. Ao mesmo tempo acontecia na Europa a Revolução industrial, possibilitando o surgimento de novas potências mundiais, ameaçando a hegemonia inglesa. Associando o surto industrial brasileiro com a grande exportação de café, a revolução industrial e o tráfico negreiro, que dificultava a concorrência do açúcar inglês com o brasileiro, uma vez que nós usavamos mão-de-obra escrava, enquanto a Inglaterra já adotava a mão-de-obra assalariada (aumento do custo da produção); tem-se a grande tensão vivida, no período, entre Brasil e Inglaterra. Para agravar o quadro, um navio ingês naufragou na costa brasileira, gerando conflito entre o embaixador inglês e D.Pedro II. O rei da Bélgica foi acionado para resolver o impasse. Deu parecer favorável ao Brasil. O embaixador não pediu desculpas e continuou exigindo o pagamento do prejuízo. Como resultado, D.Pedro rompeu relações com a Inglaterra. Essa foi a Questão Christie. Finalmente o Brasil alcançara certa independência econômica. Mas não por muito tempo, pois voltaríamos a pedir empréstimos aos ingleses. Como resposta ao rompimento, a Inglaterra instituiu a Bill Aberdeen, uma lei que proibia o tráfico negreiro, mediante intervenção da marinha inglesa.

  O Brasil passou a voltar suas atenções para o rio do Prata, na divisa entre Uruguai e Argentina. O rio era de grande importância para o escoamento da produção paraguaia e dá acesso ao Mato Grosso. O Brasil visava tomar o controle do comércio da região.

No Uruguai existiam dois partidos políticos: O Blanco e o Colorado. O 1° era composto pelos grandes proprietários, enquanto o 2° era formado por pequenos comerciantes e tinha o apoio brasileiro. Nas eleições, o partido Blanco saiu vitorioso, tornando a região ameaçadora para o Brasil. D.Pedro II enviou tropas ao local e tomou o poder em Montevidéu e Buenos Aires. Paraguai, aliado comercial do Uruguai, rompeu relações com o Brasil.

  Paraguai vivenciava um período de grande crescimento sócio-econômico através de Solano López, que começou a adotar uma política militar-expansionista, preocupando os seus vizinhos. O mercado interno havia iniciado a construção de um parque industrial considerável, diminuindo o mercado consumidor inglês na região. Solano López invadiu Argentina e parte do Brasil, iniciando a Guerra do Paraguai. Juntaram-se Brasil, Argentina e Uruguai, formando a Tríplice Aliança. A guerra foi financiada pela Inglaterra. No final, Paraguai encontrava-se arrasado, com grande parte da população morta. Sobraram, em sua maioria, mulheres, idosos e inválidos. As conseqências desse conflito se refletem até hoje no Paraguai (grande tráfico de drogas e inundação de produtos importados). A única nação beneficiada foi a Inglaterra, na medida em que cedia empréstimos. O Brasil se endividou fortemente, porém, houve um ponto positivo nessa guerra: a criação de um exército nacional, pois até então havia somente a Guarda Nacional, criada no Primeiro Reinado.

  Submetido a grandes pressões externas, D.Pedro II foi obrigado a extinguir o tráfico de escravos com a criação de Lei Eusébio de Queirós. Vale ressaltar que a escravidão continuava, podendo ocorrer o tráfico interregional (entre as regiões brasileiros). Isso acabou gerando conflito entre os grandes proprietários e D. Pedro II. Foi o início do desgaste que levaria a proclamação da república.

  O Brasil se apoiava em três bases: o exército, a Igreja, e os grandes proprietários.  O desgaste político nessas três áreas levaram a renúncia do trono por D.Pedro II.

  No âmbito militar estava a grande oportunidade dos cidadãos de baixa renda se ascenderem socialmente. O exército se baseava na “meritoracia”, onde o oficial subia de cargo a partir de suas próprias conquistas. Porém, o pouco interesse do governo e os escassos investimentos acabaram dificultando esse sistema de promoção, gerando desgaste entre os militares e D. Pedro II. 

  O Brasil adotava o sistema de Padroado, onde a Igreja se submetia ao estado em troca da sua manutenção. Os componentes do clero eram, então, funcionários públicos. O papa proibiu a presença de maçons na Igreja. D.Pedro II era uma maçon e o clero brasileiro era cheio de membros da maçonaria. Todos os padres rejeitaram a bula do papa, exceto dois deles que expulsaram de suas dioceses os maçons. Ambos foram punidos pelo Estado, gerando revolta e desgaste por parte dos religiosos e D.Pedro.

  A partir desse quadro de descontentamento com o governo de D.Pedro II, surgiu o Partido Político Republicano, formado por oficiais e dissidentes do partido liberal (que estava no poder). O Partido Republicano ganhou o apoio dos cafeicultores: a república daria mais autonomia às províncias, possibilitando a esses cafeicultores a tomada do poder em sua região. Um pouco mais tarde, com Deodoro da Fonseca à frente, proclamaram a república.

 

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A organização do Brasil independente agosto 10, 2008

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Proclamação da Independência

Proclamação da Independência

O Brasil, assim como os demais países latino-americanos, tiveram sua pós-independência marcada por uma certa dependência econômica em relação às potências da época. No caso do Brasil, a ajuda da Inglaterra durante o processo de emancipação, facilitando empréstimos e protegendo a família real durante a sua vinda à ex-colônia (o que facilitou notavelmente o fim do pacto colonial) nos tornou grandes dependentes britânicos. Além de obrigar a reafirmação dos Tratados de 1810, onde a Inglaterra tinha privilégios fiscais na exportação de manufaturados para o Brasil, aumentando nossa dívida externa.

Diferentemente da atual potência mundial (EUA), com sua independência tanto política quanto econômica, os países latino-americanos viam-se afundados em crise financeira, necessitando de mudanças radicais.

Primeiro Reinado

D. Pedro I

D. Pedro I

No Brasil, tentou-se amenizar a situação com a instituição do Primeiro Reinado, com D. Pedro I no poder. Na política surgia o liberalismo moderado, defendendo a criação de uma monarquia constitucional, com o poder executivo submetido ao legislativo (composto pela aristocracia), ou seja, o principal interesse era manter os privilégios aristocráticos. O voto era censitário (o eleitor era escolhido mediante produção de alqueires de mandioca – nomeando o período como Constituição da Mandioca). Obviamente D. Pedro I não aceitou sua submissão ao legislativo e a constituição não foi outorgada. Mais tarde, o imperador instituiu a Constituição de 1824, baseada na divisão dos poderes em executivo, legislativo, judiciário e moderador. Esse último era atribuído ao imperador, com a função de controlar os demais poderes. Nessa época o Brasil se afundava em crise econômica, sobretudo devido à diminuição das exportações de produtos primários ocasionado pelas guerras napoleônicas na Europa. Diante da insatisfação popular, D. Pedro I afastou-se do poder. Tendo como próximo Imperador o futuro D.Pedro II, que na época tinha apenas cinco anos de idade, o Brasil passou a ser governado por uma Regência.

O Período Regencial

D. Pedro II

D. Pedro II

Período em que foi criado a Guarda Nacional, com o intuito de controlar os levantes que estavam prestes a eclodir. A população, principalmente a elite, possou a ser mais ativa politicamente, resultando na criação de três “partidos”: Os restauradores, composto por portugueses que queriam a volta de D. Pedro I; os liberais exaltados, defendiam uma maior autonomia das províncias (estados) e os liberais moderados, a favor da ordem vigente. As três tendências partidárias tinham pontos em comum. Dentre eles a origem (elite) e o objetivo (manter privilégios aristocráticos). Buscando conciliar as divergências entre os grupos políticos, criou-se o Ato Adicional, que reunia os interesses dos “partidos”. Nesse Ato surgia as Assembléias Legislativas Provinciais, com elevado poder, dando certa autonomia às províncias e o Município Neutro do Rio de Janeiro, a sede administrativa do país

Buscando maior poder, os liberais fundaram o Clube da Maioridade, que resultou no golpe da maioridade, ou seja, houve a antecipação da maioridade de D. Pedro II (tinha apenas 15 anos) que passou a ser o Imperador do Brasil.

Em meio à crises financeiras, revoltas e críticas, o Período Regencial termina, dando início ao Segundo Reinado

Revoltas ao longo do Primeiro Reinado e do Período Regencial

Revoltas marcaram a pós-independência

Revoltas marcaram a pós-independência

Cabanagem – No Pará, a disputa pela nomeação do presidente da província gerou divergências, que resultou na revolta e consequente tomada do poder pelos revoltados. Tropas militares foram enviadas ao local e a cabanagem entrou em declíneo.

Sabinada – Na Bahia, surgiu a Sabinada, protestando a crise econômica e tomando o poder. A Republica Bahiense foi violentamente oprimida pelas tropas da Regência.

Balaiada – Surgida no Maranhão, contestava os privilégios e os latifundiários. Composto pelo povo e pela elite, o movimento foi traído e facilmente derrotado pelas tropas.

Farroupilha – Rio Grande do Sul. Reclamavam maior autonomia das províncias. Chegaram a proclamar a independência, mas foram contidos pelas tropas militares.

A construção da ordem política brasileira teve por eixo a exclusão popular, garantia da estrutura escravista e etilista.

 

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Globalização julho 28, 2008

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Nome dado ao amplo processo de interligação econômica e cultural que marcou o mundo no fim do século XX, devido sobretudo ao crescimento vertiginoso dos principais centros nervosos das sociedades modernas: os mercados financeiros e as redes de informação

 A repercussão instantânea, na América do Sul, de crises financeiras na Ásia, a fabricação de produtos de prestigiosas marcas européias ou americanas na Malásia, Tailândia etc. e a formação de cadeias de televisão mundiais são aspectos de uma mesma tendência, a globalização, que caracterizou o mundo no fim do século XX.

 Entende-se por globalização o processo de interligação econômica e cultural, em nível planetário, que ganhou intensidade a partir de 1980, devido sobretudo ao crescimento vertiginoso dos principais centros das sociedades modernas. O fenômeno decorre basicamente da expansão dos sistemas de comunicação por satélites, da revolução da telefonia e da presença da informática na maior parte dos setores de produção e de serviços, inclusive por meio de redes planetárias como a internet. Impulsionada por notáveis transformações tecnológicas e por uma onda de simpatia pelas teses ditas neoliberais, o fenômeno da globalização se consolidou com a queda dos regimes comunistas na Europa e a abertura econômica na China.

 No plano econômico, a globalização se traduz por maior abertura no comércio externo e por uma rapidez sem precedentes no movimento de capitais, permitindo a investidores colocar dinheiro num país e retirá-lo em segundos. Essa instantaneidade no funcionamento do mercado faz com que uma crise local, como a do México em 1994 e a dos países asiáticos em 1997, derrube as cotações das principais bolsas e tenha reflexos imediatos em vários países. O grande número de fusões ocorridas a partir de 1995 e o predomínio de gigantescas empresas transnacionais fazem parte do mesmo processo.

 Na década de 1990, eram muitas as vozes que deploravam os efeitos da globalização, acusada de gerar desemprego em várias regiões, além de ameaçar a ordem mundial por reduzir o poder de decisão dos países e organismos internacionais em face do poder das grandes empresas e corporações financeiras.

Taj Mahal julho 14, 2008

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Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a magnífica construção revestida de mármorebranco e pedras semipreciosas recebe cerca de 3 milhões de visitantes por ano.

Sitiado na cidade indiana de Agra – a cerca de 200km de Nova Délhi -, o Taj Mahal é provavelmente o mais belo monumento da arquitetura islâmica em todo o mundo. A edificação, que parece um suntuoso castelo, é na verdade um mausoléu, erguido no século XVII pelo imperador Shah Jahan, em memória de sua amada esposa Mumtaz Mahal (“a jóia do palácio”), que faleceu após dar à luz seu 14° filho. A obra foi planejada por arquitetos da Ásia Central, Pérsia e Índia, que utilizaram uma enorme quantidade de mármore, ouro e pedras semipreciosas.

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Para construir o fabuloso edifício – com 580m de comprimento e 304m de largura -, foram necessários mais de 20 mil trabalhadores, além de elefantes, usados no tranporte do material. Problemas modernos. Segundo estudos recentes, o Taj Mahal está ficando amarelo por causa da poluição. Há alguns anos, é proibido o tráfego de veículosao redor do monumento, além da instalação de indústrias em um raio de 14km. Em 2007, o governo indiano anunciou que investiria mais de US$ 19 milhões para proteger os tesouros arqueológicos dessa civilização milenar

Os Jogos olímpicos na antiguidade junho 26, 2008

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Os Jogos Olímpicos na Antigüidade

A história das competições esportivas vem de vários séculos. Os principais exemplos são encontrados na Grécia Antiga. Nas cidades principais, tais como Corinto, Delfos ou Argólida, eram organizados eventos atléticos em homenagem aos deuses. No entanto, os mais importantes eram os celebrados em homenagem a Zeus na cidade sagrada de Olímpia (um pequeno povoado na península de Peloponeso, a cerca de 300km de Atenas) a cada quatro anos durante o verão.

Assim, os Jogos Olímpicos nasceram no ano 776 a.C, e durante quase três mil anos registraram competições nas quais participavam atletas de todas as partes da Grécia e onde sempre reinava a paz. Por mais que existisse relativa guerra no momento das disputas, uma trégua era imposta entre os atletas para não interferir na continuidade da Olimpíada.

Em seus primeiros anos, o evento tinha apenas uma competição: uma corrida de aproximadamente 190m. Mas com o passar do tempo, os gregos decidiram acrescentar mais modalidades, como as corridas de maior distância, a luta e o pentatlon (nesta última eram combinados o salto em distância, o lançamento de dardo e arremesso de disco, assim como corridas de velocidade e luta).

Pessoas de todas as partes do território grego assistiam às competições, e se instalavam em barracas de campo nas redondezas de Olímpia e da cidade vizinha de Élide. Entre os espectadores, sempre se podia encontrar políticos e autoridades de alto escalão (que aproveitavam a ocasião para produzir alianças entre as cidades), comerciantes que vendiam de tudo, ou mesmo artistas e poetas que atuavam em espaços públicos.

Nos Jogos antigos participavam somente homens livres que falavam grego, e às mulheres era proibido intervir. Essa restrição chegava a tal ponto, que aquelas que se atrevessem a burlar a regulamentação poderiam ser castigadas inclusive com a morte. No entanto, havia competições de corrida para mulheres: as mais famosas eram as realizadas no Estádio Olímpico em homenagem à deusa Hera. Logo, aquelas que participavam o faziam competindo de forma individual, e não em representação a um país, ao contrário do que ocorre atualmente.

Curiosamente, medalhas não eram entregues; somente era colocada na cabeça do vencedor uma guirlanda feita com ramos de oliveira. Em todo o caso, aos vencedores era concedida a honra de colocar uma estátua com sua imagem na mítica Olímpia. Conseqüentemente, a fama perseguia os campeões olímpicos. Nas cidades em que haviam nascido, bustos eram erguidos e escrevia-se poemas em homenagem. No retorno após a disputa, os atletas vitoriosos tinham uma recepção de heróis, com desfile pelas ruas. Também eram recompensados com dinheiro, presentes, ou isenção de impostos, entre muitos outros benefícios.

Enquanto isso, os participantes que promoviam fraudes eram castigados com a cobrança de uma multa que servia para financiar estátuas de bronze em homenagem a Zeus, colocadas no caminho do Estádio Olímpico, e nas quais se escrevia o nome do enganador e sua ofensa.

Dentro das principais características dessas Olimpíadas, verifica-se que, antes do início das competições, os atletas tinham a obrigação de sacrificar um porco em homenagem aos deuses. Da mesma forma, a grande maioria dos participantes disputava provas sem roupa, como forma de mostrar, com orgulho, sua condição física.

Um dos espetáculos mais célebres dos Jogos foram as corridas de biga, isto é, de carroças puxadas por cavalos. Há notícias de competições nas quais participavam até 40 veículos. Tinham de ser os mais rápidos em doze voltas, na pista que media, aproximadamente, 1250m, sem importar as enormes quantidades de poeira que levantassem, ou as quedas e ferimentos que sofressem. Havia, inclusive, pessoas que perdiam a vida nestas competições de alto risco.

Mas o mais violento dos espetáculos esportivos nas Olimpíadas da Antigüidade era, sem dúvida, o pancrácio. Esta era uma luta entre dois atletas que beirava a morte; combinava o boxe e a luta livre. Neste evento, tudo era permitido, exceto romper dedos, arrancar olhos e morder.

Mas os Jogos Olímpicos não eram somente um evento atlético. Também favoreciam o desenvolvimento cultural ao amparar a criação humana em diversos campos do conhecimento, como na arquitetura, matemática e poesia. Por exemplo, destaca-se o Templo de Zeus em Olímpia, desenhado por Libon. Nesta edificação foi usado um sistema de proporções geométricas baseado nos planejamentos de Euclides.

Na escultura, os Jogos inspiraram o famoso “Discóbolo”, de Mirón. No que diz respeito à poesia, conhece-se uma variedade de odes (como as “Olímpicas”, por exemplo), escritas por poetas famosos, como Píndaro e Simônides, para imortalizar os triunfos dos atletas nas competições.

A última Olimpíada da Antigüidade, com uma vasta lista de campeões, nomes e proezas, foi a do ano 394 d.C. Proibidos pelo imperador romano Teodósio I, por considerá-los um espetáculo pagão, os Jogos desapareceriam por muitos anos.

No entanto, 1.503 anos depois, graças ao esforço de um idealista francês e de um grupo de sonhadores, os Jogos voltariam a se realizar.

O Barão de Coubertin

Nasceu em 1863, em Paris. Sua família, pertencente à aristocracia da Normandia, alimentou o amor pela educação e pelo esporte. Quando jovem, descartou a carreira militar que seus pais tinham planejado para ele, assim como um posto importante dentro da política de seu país.

Foi um atleta muito ativo, pois praticava modalidades como boxe, esgrima, hipismo, entre outras. Defendeu sempre a idéia que sustenta o esporte como base para o desenvolvimento moral, espiritual e social do indivíduo; convicções que desde cedo lhe fizeram assegurar que reviveria os Jogos Olímpicos. 

Assim, em 1892, a pedido do governo francês, apresentou em Paris uma iniciativa para criar uma associação universal do esporte, que germinaria dois anos depois.

O Barão de Coubertin faleceu em 1937, quando seu sonho olímpico começava a se converter em uma realidade mundial.

O Brasil colonial junho 14, 2008

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A chegada de Pedro Álvares Cabral no Brasil corresponde ao período chamado pré-colonial. Durante o qual, o Brasil não tinha se integrado à economia portuguesa, pois não foi encontrado aqui, de imediato, metais preciosos, que eram de fácil extração e alta rentabilidade, não podendo ser viabilizado, economicamente, a colonização brasileira pelos portugueses. No pré-colonialismo brasileiro a extração de pau-brasilera a principal atividade econômica. Num primeiro momento, Portugal preocupou-se somente em tomar posse e proteger o território brasileiro contra incursões estrangeiras.

  Devido a uma crise no comércio com o oriente, Portugal voltou-se para a colonização brasileira. A partir de então foram criadas as feitorias: postos de armazenagem de madeira e de carregamento de navios. Foi através da extração do pau-brasil que se estabeleceu a primeira relação econômica entre nativos e colonos, o Escambo (troca), onde o índio cortava a madeira e a levava para a feitoria. Em troca eles recebiam, dos colonos, materiais de baixo valor. Diante da alta rentabilidade do pau-brasil, Portugal estabeleceu o Estanco, isto é, o monopólio sobre a sua extração. Além disso a coroa concedia terrenos para a exploração mediante pagamento e defesa da terra contra invasores.

  Com a crescente queda do mercado com o oriente associado a uma invasão francesa no Brasil, Portugal voltou-se, de vez, para a colonização brasileira. Iniciaram as expedições. A primeira, realizada por Martin Afonso de Souza, teve como objetivo povoar, defender a terra, iniciar o cultivo de cana-de-açúcar (para ajudar na viabilização econômica da colonização) e doar sesmarias – lotes concedidos a quem se disponibilizasse a povoar, protege e explorar a terra. Porém, Portugal detinha recursos reduzidos para tornar as terras atrativas e vendê-las. Portanto, foi necessário doá-las aos nobres (donatários), para transferir os gastos da coroa ao nobre. Surgiam assim, as capitanias hereditárias.

  As capitanias foram regulamentadas pelas cartas de doação e cartas forais. A primeira garantia a posse da terra ao nobre, a segunda concedia o direito de exploração do terreno.

  Este sistema de produção (capitanias e os engenhos) não podem ser comparados com o feudalismo porque o donatário e o senhor de engenho são administradores da terra e não donos, já que o terreno pertencia ao Estado. Além disso, o modo de produção não tinha um caráter servil. Fique atento! Questões desse tipo são comuns em provas!

  As capitanias hereditárias resultaram em sucesso parcial. Por um lado evitaram as incursões mas, por outro, foi um fracasso no que diz respeito à exploração da terra. Isso aconteceu devido a falta de interesse dos donatários e, principalmente, por não ter um órgão controlador. Diante desse resultado a Coroa resolveu centralizar a administração, passando a instituir os governos-gerais. Na realidade era uma forma de se reafirmar a autoridade portuguesa sobre os donatários.

  O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza. Ele povoou a terra, doou sesmarias, introduziu a criação de gado, trouxe escravos e jesuítas. O segundo foi Duarte da Costa. Teve uma administração conturbada devido a conflitos entre jesuítas e colonos, invasões e ataques indígenas. Os conflitos aconteciam porque os jesuítas não queriam que os índios fossem escravizados, pois isso dificultaria a catequização, porém, os colonos necessitavam dessa mão-de-obra. Foi nesse período que a França invadiu o Brasil e fundou a França Antártica. O terceiro governador-geral foi Mem de Sá. Ele tentou restabelecer o domínio luso sobre a colônia. Juntou aldeiamentos, formando as missões para tentar diminuir as divergências entre jesuítas e colonos. Expulsou os franceses do território. O governador-geral seguinte nem sequer chegou ao Brasil, foi morto em alto mar. A partir daí a administração brasileira foi dividida entre dois governadores.

   Nessa mesma época, Portugal vivenciava um problema na sucessão da Coroa (os herdeiros e os possíveis sucessores haviam morrido) que o deixou vulnerável. Com isso a Espanha invadiu Portugal, formando assim, a União Ibérica. O rei espanhól se submeteu ao Juramento de Tomar, no qual garantia a autonomia parcial lusitana em relação às suas colônias (as colônias passariam a ser dos dois países). Como a Holanda era inimiga da Espanha, com a União Ibérica, passou a ser rival de Portugal também. Ela passou a produzir açúcar em suas próprias colônias, fazendo com que a economia açucareira brasileira entrasse em crise. Mais tarde, invadiu o Brasil e tomou Pernambuco, onde teve um governo notávelcom Maurício de Nassau. 

  Portugal conseguiu se separar da espanha e criou o Conselho Ultramarino, órgão responsávelpela intensificação da administração (em Portugal e no Brasil) e da exploraçãode suas colônias. A Holanda só foi expulsa do Brasil quando Portugal se uniu com a Inglaterra. Para tentar equilibrar a sua deficitário balança comercial (os nobres importavam muito e o açúcar estava em crise), os lusos criaram as leis pragmáticas, onde ficou decidido a proibição de importações.  Porém como Portugal tinha uma aliança com a Inglaterra, foi criado o Tratado de Methuen, no qual ficou decidido que os lusos importariam somente produtos ingleses e a Inglaterra faria o mesmo com o vinho português.

  No Brasil foram criadas as Câmaras Municipais, órgão que decretava prisões e criava impostos, sendo a principal fonte de poder. Tinha como presidente o Juíz de Fora e era composto pela elite colonial.

  A sociedade colonial era patriarcal. No topo da escala estavam os senhores de engenho, em seguida os senhores obrigados (não tinham terras, eram obrigados a moer cana em um engenho de outro senhor). Na base da pirâmide social vinham os escravos negros e os índios. O sistema de produção era o plantations, baseada na monocultura realizada em grandes propriedades, com utilização de mão-de-obra escrava e destinada a exportação. Foi devido a esse caráter exportador que não se desenvolveu um comércio interno no Brasil (nem na América Latina, com a exportação de metais preciosos).

Terminologias, Tratados e informações importantes

Pacto colonial: É o exclusivo colonial, ou seja, a colônias só podem comercializar com sua metrópole.

Fatores que explicam a utilização de mão-de-obra escrava negra em maior número que a indígena no Brasil:

1° –  O tráfico negreiro dava lucros a Portugal.

2° Os jesuítas aqui presentes não queriam que os indígenas fossem escravizados

3° Os índios fugiram para o interior do Brasil (não era conhecido pelos portugueses)

Asiento: Diretio de explorar o tráfico negreiro, cedido pela coroa, mediante pagamento.

Utis Possidetis: Princípio no qual a terra pertencia a quem tivesse efetuado a colonização primeiro. 

Colonização inglesa maio 22, 2008

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A Inglaterra teve, como colônia, a região onde é hoje os Estados Unidos. 

A Inglaterra só entrou na atividade colonizadora quando foram criadas campanhas de comércio, através de uma união entre estado e burguesia, na busca por mercado consumidor. Um fator que viabilizou a colonização inglesa na América do Norte foram os conflitos entre protestantes e católicos vivenciados na Inglaterra, além do processo de cercamentos (privatização das terras comunais). Todo o excedente populacional decorrente dos cercamentos e os refugiados dos conflitos religiosos foram para a América do Norte. Essa população foi somente para morar e não para explorar, caracterizndo assim, a colonização de povoamento.

  As várias guerras civis em que a Inglaterra se submetia gerou um pacto colonial ameno, resultando numa colônia quase autônoma em relação à metrópole e num forte mercado interno. O trabalho nas colônias se baseava na agricultura realizada em pequenas e médias propriedades, onde, na maioria das vezes, o colono era o próprio trabalhador, não tendo, portanto, a utilização intensa do trabalho escravo. Todo esse processo resultou em uma diversificação na produção e um mercado destinado ao consumo interno.

 

Colonização espanhola maio 22, 2008

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A Espanha utilizou como pretexto para colonizar a América Latina a necessidade de civilizar os povos americanos, através da cultura e da fé cristã. Ao contrário do que aconteceu na colonização do Brasil, na América Latina os metais preciosos foram achados logo de imediato e sua extração foi o eixo econômico da colonização espanhola e, portanto, se teve colônias de exploração.

  A sociedade colonial tinha como elite os chapetones (espanhóis da metrópole que iam para as colônias), que ocupavam altos cargos militares e civis, juntamente com o clero, também no “topo” da sociedade colonial. Em seguida vinham os criollos (filhos de espanhóis nascidos na américa), que eram grandes proprietários de terra e comerciantes, constituíam a nobreza da colônia. No mais baixo nível da hierarquia social estavam os mestiços (filhos de espanhóis com indígenas) e os escravos negros e indígenas.

O Conselho Real e Supremo das Índias era o órgão controlador da colonização, centralizado na Espanha e representado, na América espanhola, pelos Chapetones. As Casas de Contratação era o órgão responsável pelas negociações e pela arrecadação de impostos tanto na metrópole (Espanha) quanto nas colônias. Os Cabildos ou Câmaras Municipais, tinham como função a decretação de prisões, a criação de impostos e eram a principal fonte de poder, na medida em que as decisões eram tomadas nessas Câmaras. Os Criollos constituiam os Cabildos.

  O pacto colonial, ou seja, as relações entre metrópole e colônia, na colonização espanhola foi bastante rígido, fazendo com que a extração de metais preciosos fosse destinada, quase que totalmente, para a exportação, resultando em uma não formação de um mercado interno fortalecido e sólido na América espanhola. A mão-de-obra indígena foi mais intensamente utilizada que a dos negros. Os nativos eram submetidos à mita, no qual eles eram retirados de suas tribos e obrigados a trabalhar nas minas, recebendo um pagamento irrisório. A encomienda, outra atividade implementada para a utilização de escravos indígenas, consistia na encomenda feita pela Coroa espanhola ao encomendero, para que ele capturasse os autóctones (nativos) e os distribuísse entre os colonos. Na encomienda os indígenas não recebiam, se caracterizando como um trabalho escravo.

  A América espanhola era dividida em vice-reinados e Capitanias Gerais

Tiradentes abril 21, 2008

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Nascido num sítio no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, nas Minas Gerais, da Silva Xavier era filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier, tendo sido o quarto dos sete filhos. Em 1755, após o falecimento da mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu a alcunha Tiradentes, um tanto depreciativa. Não teve êxito em suas experiências no comércio.

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do Caminho Novo, estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da província ao Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.

Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento d’água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.

OBS: Texto retirado do site http://www.wikipedia.org

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Revolução Industrial abril 21, 2008

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No período do Congresso de Viena (aconteceu durante o período chamado Cem dias) a Inglaterra se desenvolvia industrialmente e consolidava o processo denominado Revolução Industrial. A industrialização da economia se deu primeiramente na Inglaterra por esse ser o país que mais acumulou capital durante o capitalismo comercial, além de ter um amplo império colonial, que indica mercado consumidor.

A busca incessante por um meio de produção que gerasse mais lucros para os empreendedores levou a investimentos em tecnologia. Algumas máquinas foram surgindo e aprimeira área a ser mecanizada foi a têxtil. Dentre as invenções se destacaram a máquina de fiar, o tear hidráulico, o tear mecânico, o barco a vapor, a locomotiva a vapor, que revolucionaram a história do transporte. O aumento da produtividade e, consequentemente, do lucro geravam maiores investimentosem tecnologia. é um ciclo que permanece na ativa até os dias de hoje.

Outro fator que contribuiu para que a Revolução acontecesse na Inglaterra foi o processo de cercamentos, que através do êxodo rural gerou grande fluxo de mão-de-obra barata para as indústrias da área urbana.

Após algum tempo a Revolução Industrial assumiu novas características – Segunda Revolução Industrial – onde houve a descoberta da eletricidade. Novas invenções foram feitas, como o processo de Bessemer, o Dínamo e o motor a combustão interna. Criou-se o Fordismo, um método de produção em série caracterizado pela passagem do produto por toda a fábrica através de uma esteira rolante. A produção em série é uma forma de se produzir rapidamente, porém, fabrica somente um tipo de produto, não há diversificação. Mais tarde o Fordismo integrou-se ao Taylorismo, que visava o aumento da produtividade com o controle dos movimentos das máquinas e homens no processo de produção.

A concentração do capital industrial gerou os holdings, as empresas que controlam complexos industriais a partir da posse da maior parte das ações; os trustes, onde uma empresa compra outra e monopiliza o comércio de determinada mercadoria; os cartéis, as empresas se associam como forma de evitar a concorrência.

A terceira Revolução Industrial está diretamente associada aos dias de hoje. É caracterizada pelo avanço ultra-rápido que resultam obsolescências também velozes.

Ao longo da Revolução Industrial as condições precárias de trabalho levaram o proletariado a criar organizações trabalhistas como as Trade Unions, que visavam reinvidicar os direitos do trabalhador.

Desde o sistema feudal até hoje em dia muitos sistemas de produção foram adotados, entre eles o sistema familiar, o sistema de corporações, o sistema  doméstico e o sistema fabril. Essa mudança no modo de produção acarretou aperda das ferramentas de produção por parte do trabalhador. O proletariado possui, agora, somente a sua força de trabalho.

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A era napoleônica abril 5, 2008

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Com o domínio girondino, a partir do Diretório, na França, durante o fim da Revolução Francesa, continuava a instabilidade econômica e a insatisfação burguesa. Enquanto isso, ao somar inúmeras vitórias em guerras e ser visto como um disciplinador, líder, carismático e conquistador, surgia um novo herói francês, Napoleão Bonaparte. Associando-se essas duas condições, facilitou-se a elevação de Napoleão ao poder, forjando, assim, o 18 de Brumário (golpe de estado).

A era napoleônica se inicia com o Consulado, uma forma tripartite de governo com Bonaparte à frente. Logo em seguida foi instituído uma nova Constituição, dando amplos poderes ao primeiro cônsul (Napoleão). Houve, então, uma recentralização político-administrativa do poder, porém, agora a favor da burguesia e com o apoio do povo. O campesinato estava a favor do Consulado devido ao fato de terem ficado com as terras expropriadas da Igreja Católica e da nobreza. Nesse período criou-se o Banco da França, com o Franco como moeda (é utilizada até hoje) e o Código Civil Napoleônico, baseado no Direito Romano, que assegurava as conquistas burguesas durante a Revolução. São elas:

Igualdade de todos perante a lei;

Direiro à propriedade privada;

Proibição da criação de associações de trabalhadores e greves

Fim definitivo da intervenção do Estado na economia.

Um pouco mais tarde, como forma de acabar definitivamente com a ameaça dos Bourbons (dinastia que governava a França no Antigo Regime) o Consulado foi substituído pelo Império, sendo Napoleão o imperador. Essa parte da era napoleônica é caracterizada pelas inúmeras guerras da França contra a Inglaterra e outros países que formavam Coligações (tinham o intuito de derrotar Napoleão e reimplantar o absolutismo). Durante todo o pós-revolução a França foi cercada por inimigos políticos e econômicos.

Econômicos=Inglaterra, que via na França uma ameaça à sua hegemonia econômica na europa

Político=Coligações (Áustria, Prússia, Rússia, Países Ibéricos), tinham medo de que os ideais liberais franceses se propagassem para toda a europa.

Napoleão enfrentou e venceu várias dessas Coligações. No entanto, tentou destruir, por meio de guerras, a Inglaterra, mas não consegui devido ao poderio naval inglês. Como não conseguiu com o confronto direto, tentou, com o Bloqueio Continental, declinar a economia inglesa. Esse bloqueio estabelecia o fim da comercialização dos países aliados da França com a Inglaterra. Nessa fase se tem uma história curiosa: Portugal foi obrigado a assinar o acordo, mas tinha tratados comerciais com a Inglaterra e, portanto o seu apoio. O rei português continuou a comercializar com os ingleses e, por isso, Napoleão resolveu invadir Lisboa. Durante a aproximação dos Franceses, Dom João VI (rei português), com o apoio inglês, fugiu para sua maior colônia, o Brasil, causando uma grande perda de tempo para o exército francês. Em um de seus escritos Napoleão diz mais ou menos o seguinte: “Dom João VI, o único a me enganar”.

No fim das contas, o Bloqueio Continental foi mais prejudicial aos aliados do que para a economia inglesa, que encontrava mercado consumidor em outras regiões.

O declínio de Napoleão começou quando a França iniciara a dominação e, principalmente, exploração dos países europeus conquistados. O imperador francês substituiu o rei espanhol pelo seu irmão, José Bonaparte, revoltando os espanhóis. Os países ibéricos e a Rússia foram os que iniciaram guerras contra o domínio napoleônico na europa. A Inglaterra financiou a guerra, favorecendo os países contra a França.

Ao tentar invadir a Rússia as tropas napoleônicas se desgastaram profundamente, pois nesse conflito os russos adotaram a tática de “terra arrasada” em que os franceses invadiram Berlim e encontraram tudo em chamas, causada pelo próprios russos como forma de deter o exército opositor. Muitos soldados franceses foram mortos de fome, frio e cansaço.

Não aguentando os opositores, Paris foi invadida e Napoleão submetido ao Tratado de Fontainebleau, no qual ele seria exilado em uma ilha recebendo uma pensão em troca da perda do direito ao trono da França.

Nesse período restabeleceu-se a dinastia dos Bourbons na França e retomou-se o absolutismo. Em pouco tempo Napoleão fugiu do exílio e tomou novamente o poder, governando durante o período chamado de Cem Dias. Logo em seguida a Inglaterra capturou Bonaparte e o exilou na Ilha de Elba, ficando por lá até a sua morte.

A era Napoleônica foi um período de várias conquistas para a França e de consolidação dos ideais burgueses adquiridos durante a Revolução Francesa. Vale ressaltar que a Revolução acaba quando Napoleão entra no poder.

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O Barroco março 2, 2008

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Era o estilo que se seguiu ao classicismo renascentista, em fins do século XVI, mantendo-se pujante até os inícios do século XVIII. Conservou muitas das características daquele estilo (inclusive o gosto pelos antigos clássicos), mas se opunha a ele por dirigir-se mais aos sentidos do homem do que à sua inteligência. Por isso, preocupava-se muito com a ornamentação das obras de arte, e com os aspectos contrastantes e trágicos das mesmas.

Com tais características, o barroco serviu admiravelmente à necessidade de impressionar o povo que tinham os governos absolutos, as igrejas cristãs após a Reforma e a burguesia.

• Características do Barroco

São características principais da arte barroca:

– o predomínio do emocional sobre o racional;
– o artista fica livre de qualquer regra ou padrão para liberdade de criação;
– busca de efeitos decorativos e visuais;
– a busca de forte realismo pela inspiração popular;
– composição dinâmica;
– predomínio da vertical sobre a horizontal com eliminação da linha reta, com fuga do geométrico;
– a estreita relação das artes, através da arquitetura e escultura intimamente ligadas;
– valorização do entalhe na construção de altares, com luxo na decoração e aplicação a ouro;
– pintura de tetos com efeitos ilusionistas;
– fachadas simples, contraste entre a simplicidade do exterior com a opulência decorativa do interior, era a tônica na arquitetura;
– violentos contrastes de luz e sombra eram marcantes na pintura;

• Origem e Difusão do Barroco

Rompendo os padrões estabelecidos pela escola classicista do Renascimento, surge em fins do século XVI uma nova tendência nas artes. É a escola denominada “Barroca”, enfática, violenta, agitada, que domina todo o século seguinte. Procura fundir elementos da arte gótica e renascentista, rompendo ao mesmo tempo os valores aceitos. Abandona o senso de equilíbrio geométrico, buscando despertar surpresa e emoções. Neste intuito, foi pesquisada a utilização de efeitos “Pictóricos”. Michelangelo é considerado por muitos precursor do barroco, pois já apresenta a força de expressão necessária para a obtenção de tais efeitos.

Por intermédio de complexos jogos especiais de luz e sombra, era obtido o contraste de diversos relevos de uma escultura. As proporções da figura humana, foram por vezes distorcidas para avivar a dramaticidade. Nesta linha, originam-se estilos particulares, influenciados por características regionais. O estudo da iluminação (luz e sombra) e da variedade de materiais utilizáveis no trabalho do escultor como preocupação central, a fim de que fossem obtidos os melhores efeitos, foi de uma importância determinante para os artistas dos séculos seguintes. Além de Michelangelo, Tintoretto e Ticiano também marcaram o início do barroco.

O novo estilo se definiu e se firmou, à atuação da Igreja Católica que teve seu prestígio abalado pela Reforma Protestante. O Concílio de Trento, dita normas para a arte religiosa, substituindo o humanismo renascentista pela busca dos valores sobrenaturais e religiosos. Embora tenha produzido excelentes obras no urbanismo e construção civil, o barroco se sobressai na arte religiosa.

Retirado de: www.brasilescola.com

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ILUMINISMO março 1, 2008

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Diante do desenvolvimento e crescimento tanto da classe burguesa quanto do capitalismo na Europa, o absolutismo (forma de governo vigente durante o antigo regime, no qual se tem um monarca autoritário e o mercantilismo como política de economia) passou a constituir um entrave ao desenvolvimento burguês, principalmente devido ao mercantilismo, onde se tem o pacto colonial (ou exclusivo colonial), a intervenção do Estado na economia e até mesmo, remanescente do feudalismo, a escravidão. Todos esses fatores são extremamente prejudiciais ao capitalismo.
A partir desse descontentamento com a forma de governo vigente, começaram a se destacar filósofos e intelectuais contestadores do absolutismo. Os mais notáveis foram:
John Locke: Defendia os “Direitos Naturais” do homem. Tais direitos são a vida, a liberdade e a propriedade privada. Ele dizia que para protegê-los o homem saiu do seu “Estado de Natureza” (forma mais primitiva da vida humana) e estabeleceu um contrato entre si, criando assim, o governo e a sociedade civil. Caberia ao governante dar à sociedade a vida, a liberdade e propriedade privada e, caso não o fizesse, a população teria o Direito de Rebelião. Com essa idéia demolia-se o caráter intocável do Estado. Para Locke, não caberia ao governo o direito de destruir, empobrecer ou escravizar alguém. Além disso, negava o autoritarismo e o Direito Divino dos reis (crença num rei enviado por Deus e, por isso, contestar o rei seria o mesmo que contestar a Deus).
Barão de Montesquieu: Título nobiliárquico concedido a Carlos Secondad. Montesquieu sistematizou a divisão de poderes (executivo, legislativo e judiciário que , atualmente, administra o país, cria leis e executa essas leis, respectivamente). Para ele o governo não deveria interferir nos planos da religiosidade, mas dar aos cidadãos o direito à liberdade. Em suas próprias palavras: “(…) tudo estaria perdido caso o mesmo homem exercesse os três poderes”.
Voltaire: Talvez o filósofo mais conhecido do iluminismo. Defendia uma Monarquia Esclarecida, ou seja, um governo baseado nas idéias dos filósofos. Era um ferrenho crítico da Igreja Católica e Deísta (aquele que, a grosso modo, acredita na presença de Deus no homem e na natureza, bastando a razão para encontrá-lo). Criticou a servidão e também defendia a liberdade de expressão.
Jean-Jacques Rosseau: Criticava o absolutismo – assim como todos os outros filósofos – porém constituía uma exceção entre os outros iluministas, na medida em que criticava a burguesia e a propriedade privada. Acreditava que a propriedade é a principal causadora da infelicidade e desigualdade social. Era a favor da decisão do povo nas esferas políticas e econômicas através do voto. Outra singularidade era o fato de buscar o sentimento no lugar da razão. Acreditava na teoria do “Bom Selvagem” que diz que o homem é bom, porém, a sociedade o corrompe. Sua maior intenção era conseguir a liberdade e a igualdade na sociedade. As idéias de Rosseau fizeram grande sucesso principalmente entre os mais pobres, pois condizia com o ideal de um Estado Democrático.
O iluminismo, também conhecido como “século das luzes”, caracterizou-se por mudanças em todas as esferas da sociedade. As pessoas passaram a valorizar o uso da razão, como substituto da fé, o conhecimento, o cientificismo, para provar os fenômenos naturais através de experiências (empirismo) e não apenas dizer que foi o resultado da intervenção de um ser divino. Enfatizou-se o Deísmo, a crítica à Igreja Católica e ao clero, por ter privilégios não concedidos ao restante da sociedade (exceto à nobreza que também detinha vários privilégios). Acreditava-se em uma nova forma de governo, onde se estabelecia um “contrato social” entre governantes e governados. Todas essas idéias foram expostas na enciclopédia, criada nesse período como forma de valorizar o conhecimento. Na economia era imperativo a eliminação do mercantilismo. Defendia-se a fisiocracia, isto é, o fim da tutela do Estado sobre a economia, do pacto colonial e da escravidão. O maior objetivo dos burgueses era ter uma economia que se autosustentasse, que andasse por si própria. Tudo isso era defendido pelos fisiocratas. Além disso, diziam que a terra era a fonte de toda a riqueza. Um importante seguidor da fisiocracia, entretanto, diferente dos demais seguidores em alguns momentos foi Adam Smith.
Adam Smith: Criador do liberalismo econômico e defensor do fim do mercantilismo, Adam acreditava que a concorrência, a divisão do trabalho e o livre comércio são fatores fundamentais para o progresso do capitalismo. Ao contrário dos outros fisiocratas, dizia que o trabalho era a principal fonte de riqueza e não a terra.
Observando as mudanças ocorridas durante o iluminismo, alguns soberanos empreenderam uma política de mudanças chamada de Despotismo Esclarecido. Os objetivos dessa política eram racionalizar a administração, a taxação de impostos e incentivar a educação. Entretanto, o real objetivo desses déspotas era se adequar às mudanças do iluminismo para se manterem no poder e continuarem a ter privilégios, como o não pagamento de impostos.
O iluminismo foi utilizado como bandeira ideológica de várias manifestações futuras, como a Revolução Francesa.
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