A era napoleônica abril 5, 2008
Posted by portaldoestudante in História.Tags: 18 de Brumário, Antigo regime, Áustria, Bloqueio Continental, Bourbons, Código Civil Napoleônico, Cem Dias, Coligações, Consulado, Diretório, Dom João VI, Era napoleônica, Espanha, Império, Inglaterra, Napoleão Bonaparte, Portugal, Prússia, Rússia, Revolução Francesa, Tratado de Fontainebleau
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Com o domínio girondino, a partir do Diretório, na França, durante o fim da Revolução Francesa, continuava a instabilidade econômica e a insatisfação burguesa. Enquanto isso, ao somar inúmeras vitórias em guerras e ser visto como um disciplinador, líder, carismático e conquistador, surgia um novo herói francês, Napoleão Bonaparte. Associando-se essas duas condições, facilitou-se a elevação de Napoleão ao poder, forjando, assim, o 18 de Brumário (golpe de estado).
A era napoleônica se inicia com o Consulado, uma forma tripartite de governo com Bonaparte à frente. Logo em seguida foi instituído uma nova Constituição, dando amplos poderes ao primeiro cônsul (Napoleão). Houve, então, uma recentralização político-administrativa do poder, porém, agora a favor da burguesia e com o apoio do povo. O campesinato estava a favor do Consulado devido ao fato de terem ficado com as terras expropriadas da Igreja Católica e da nobreza. Nesse período criou-se o Banco da França, com o Franco como moeda (é utilizada até hoje) e o Código Civil Napoleônico, baseado no Direito Romano, que assegurava as conquistas burguesas durante a Revolução. São elas:
Igualdade de todos perante a lei;
Direiro à propriedade privada;
Proibição da criação de associações de trabalhadores e greves
Fim definitivo da intervenção do Estado na economia.
Um pouco mais tarde, como forma de acabar definitivamente com a ameaça dos Bourbons (dinastia que governava a França no Antigo Regime) o Consulado foi substituído pelo Império, sendo Napoleão o imperador. Essa parte da era napoleônica é caracterizada pelas inúmeras guerras da França contra a Inglaterra e outros países que formavam Coligações (tinham o intuito de derrotar Napoleão e reimplantar o absolutismo). Durante todo o pós-revolução a França foi cercada por inimigos políticos e econômicos.
Econômicos=Inglaterra, que via na França uma ameaça à sua hegemonia econômica na europa
Político=Coligações (Áustria, Prússia, Rússia, Países Ibéricos), tinham medo de que os ideais liberais franceses se propagassem para toda a europa.
Napoleão enfrentou e venceu várias dessas Coligações. No entanto, tentou destruir, por meio de guerras, a Inglaterra, mas não consegui devido ao poderio naval inglês. Como não conseguiu com o confronto direto, tentou, com o Bloqueio Continental, declinar a economia inglesa. Esse bloqueio estabelecia o fim da comercialização dos países aliados da França com a Inglaterra. Nessa fase se tem uma história curiosa: Portugal foi obrigado a assinar o acordo, mas tinha tratados comerciais com a Inglaterra e, portanto o seu apoio. O rei português continuou a comercializar com os ingleses e, por isso, Napoleão resolveu invadir Lisboa. Durante a aproximação dos Franceses, Dom João VI (rei português), com o apoio inglês, fugiu para sua maior colônia, o Brasil, causando uma grande perda de tempo para o exército francês. Em um de seus escritos Napoleão diz mais ou menos o seguinte: “Dom João VI, o único a me enganar”.
No fim das contas, o Bloqueio Continental foi mais prejudicial aos aliados do que para a economia inglesa, que encontrava mercado consumidor em outras regiões.
O declínio de Napoleão começou quando a França iniciara a dominação e, principalmente, exploração dos países europeus conquistados. O imperador francês substituiu o rei espanhol pelo seu irmão, José Bonaparte, revoltando os espanhóis. Os países ibéricos e a Rússia foram os que iniciaram guerras contra o domínio napoleônico na europa. A Inglaterra financiou a guerra, favorecendo os países contra a França.
Ao tentar invadir a Rússia as tropas napoleônicas se desgastaram profundamente, pois nesse conflito os russos adotaram a tática de “terra arrasada” em que os franceses invadiram Berlim e encontraram tudo em chamas, causada pelo próprios russos como forma de deter o exército opositor. Muitos soldados franceses foram mortos de fome, frio e cansaço.
Não aguentando os opositores, Paris foi invadida e Napoleão submetido ao Tratado de Fontainebleau, no qual ele seria exilado em uma ilha recebendo uma pensão em troca da perda do direito ao trono da França.
Nesse período restabeleceu-se a dinastia dos Bourbons na França e retomou-se o absolutismo. Em pouco tempo Napoleão fugiu do exílio e tomou novamente o poder, governando durante o período chamado de Cem Dias. Logo em seguida a Inglaterra capturou Bonaparte e o exilou na Ilha de Elba, ficando por lá até a sua morte.
A era Napoleônica foi um período de várias conquistas para a França e de consolidação dos ideais burgueses adquiridos durante a Revolução Francesa. Vale ressaltar que a Revolução acaba quando Napoleão entra no poder.
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