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Descoberto anticorpo que anula 91% das cepas de HIV julho 9, 2010

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Cientistas do governo norte-americano descobriram um anticorpo capaz de neutralizar 91% das cepas do vírus HIV, causador da aids, informa o The Wall Street Journal. A porcentagem de cepas neutralizadas é muito maior do que a de qualquer outro anticorpo conhecido. A descoberta é considerada um avanço rumo ao desenvolvimento de uma vacina para a síndrome da imunodeficiência adquirida.

Os cientistas norte-americanos descobriram um total de três poderosos anticorpos. Ao analisaram em mais detalhes aquele que foi percebido como o mais forte dos três, os cientistas puderam identificar com exatidão em que parte do vírus o anticorpo age e de que forma ele ataca. A descoberta vem à tona dez dias antes da abertura da Conferência Internacional de Aids, em Viena.

Segundo dois estudos publicados nesta quinta-feira na edição online da revista especializada Science, um dos anticorpos recém-descobertos ataca um braço do vírus pelo qual ele se conecta às células que infecta. Como esse braço precisa se conectar a uma molécula específica na superfície da célula, esta é uma das poucas partes do HIV que não costuma apresentar muitas mutações.

Os anticorpos foram descobertos nas células de um homossexual afro-americano de 60 anos de idade, conhecido na literatura científica como Doador 45. Os anticorpos foram produzidos naturalmente pelo corpo do paciente. Os pesquisadores analisaram 25 milhões de células do Doador 45 até descobrirem 12 responsáveis pela produção dos anticorpos.

A questão primordial agora para os cientistas é o desenvolvimento de uma vacina ou de algum outro método que capacite o corpo de qualquer ser humano a produzir esses anticorpos.

Este esforço “exigirá trabalho”, observou Gary Nabel, diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas e um dos líderes da pesquisa que levou à descoberta. “Nós permaneceremos neste estágio por algum tempo” antes que seja possível ver algum benefício clínico do avanço científico, declarou.

No fim de 2008, o número de portadores do vírus HIV no mundo era de aproximadamente 33 milhões de pessoas. Segundo uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), 2,7 milhões de pessoas contraíram o vírus naquele ano.

A produção de uma vacina é considerada pelos cientistas o “Santo Graal” das pesquisas com vistas à cura da aids. Outras vacinas capazes de ativar a capacidade de um organismo produzir anticorpos foram responsáveis pela diminuição de casos e até mesmo da erradicação da varíola, da poliomielite e de outras temidas doenças virais.

Vacina

No ano passado, depois de uma série de testes na Tailândia, foram anunciados os resultados da primeira vacina contra a aids a mostrar alguma eficácia. A vacina em questão, no entanto, reduzia as chances de infecção em apenas 30%, o que levou a controvérsias com relação à importância estatística da descoberta. A vacina não foi projetada para estimular a produção de novos anticorpos.

Wayne Koff, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Iniciativa Internacional por uma Vacina para a Aids, qualificou a nova descoberta como “o renascimento” da busca para uma vacina contra o HIV. A iniciativa dirigida por Koff não tem fins lucrativos.

Anticorpos totalmente ineficazes ou capazes de desabilitar somente uma ou duas cepas do HIV são relativamente comuns. Até o ano passado eram conhecidos apenas uns poucos “anticorpos amplamente neutralizadores”, capazes de desabilitar variadas cepas de HIV. Nenhum desses anticorpos, no entanto, neutralizava mais do que 40% das cepas do vírus.

Ainda no ano passado, porém, graças a novos e mais eficazes métodos de detecção, pelo menos meia dúzia de “anticorpos amplamente neutralizadores”, inclusive os três pesquisados pelos norte-americanos, foram identificados em publicações especializadas.

A maior parte dos novos anticorpos também é mais potente, capazes de reduzir as concentrações de HIV a níveis bem inferiores em comparação com outros anticorpos conhecidos.

Dennis Burton, do Instituto Scripps, liderou uma equipe de cientistas que descobriu dois “anticorpos amplamente neutralizadores” no ano passado. Segundo ele, sua equipe descobriu inclusive alguns anticorpos ainda não relatados em pesquisas. Constatou-se que esses novos anticorpos atacam diferentes pontos do vírus, aumentando a esperança de que eles sejam capazes de operar em sinergia.

Numa pesquisa ainda não publicada, John Mascola, vice-diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas e um dos autores do estudo divulgado hoje, demonstrou que um anticorpo descoberto pela equipe de Burton neutralizava praticamente todas as cepas resistentes ao mais fortes dos novos anticorpos descobertos, chamado VRC01, e vice-versa. Apenas uma de 95 cepas testadas mostrou-se resistente aos dois anticorpos. Mascola é um dos coautores dos estudos divulgados hoje. As informações são da Dow Jones

Dormir mal pode derrubar desempenho escolar agosto 9, 2008

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Agosto, mês de volta às aulas. Recomeça o sacrifício das mães de acordarem seus filhos para irem à escola. Nas primeiras semanas o que mais se ouve pela manhã é o apelo de só mais cinco minutinhos. Depois de um período de férias, as crianças estão desacostumadas com a rotina de levantar cedo. Sentem-se cansadas, ficam sonolentas e mal humoradas. Um quadro aparentemente normal. Mas, sono excessivo, exaustão e irritabilidade podem ser sintomas de uma noite de sono mal dormida, o que acarreta outros problemas para a vida escolar.

O consultor paulistano Murilo Filomeno conta que quando criança sentia muita sonolência, falta de concentração e irritação. Ele lembra que podia dormir 10 ou 11 horas por noite e mesmo assim acordava cansado e com sono. O ronco e a insônia também eram seus velhos conhecidos. Na escola, apesar de sempre ser muito dedicado, o rendimento de Filomeno não era dos mais satisfatórios. Quando menino, ele achava engraçado o jeito que era encarado pelos amigos e pela família, como o “cara preguiçoso”.

O problema relatado pelo consultor paulistano se repete em inúmeros casos. De acordo a pesquisa de mestrado da psicóloga Gema Galgani de Mesquita Duarte, 66,25% dos jovens brasileiros dormem mal. Muitos desses jovens nem suspeitam que esses sintomas podem ser de uma doença, pois ela é confundida com outros problemas, como o stress.

Para se ter um diagnóstico preciso é necessário fazer uma polissonografia, um exame que é feito durante a noite, com o paciente dormindo, e que capta as características do sono por meio de eletrodos. O exame avalia a oxigenação no sangue, verifica as possíveis alterações nas fases do sono e detecta se há o quadro de apnéia.

A apnéia obstrutiva do sono, conhecida popularmente apenas como “apnéia do sono”, é um distúrbio que ocorre na oxigenação do cérebro, não permitindo que a pessoa enquanto dorme atinja o sono profundo. “Não importa quanto horas dormia, sabia que quando acordasse me sentiria exausto. Uma sensação muito estranha”, diz Filomeno.

Segundo a assessora médica em polissonografia, Rosana Alves, alguns distúrbios do sono são freqüentes nas crianças, em especial a apnéia, principalmente entre 5 e 7 anos de idade. Essa dificuldade pode ser uma das causas que prejudicam o rendimento escolar da criança.

“Muitas mães não percebem que o problema de aprendizagem e o mau rendimento escolar podem ser recorrentes de uma noite de sono mal dormida”, explica Rosana. A assessora médica também alerta para os primeiros sintomas. “Se você percebe que seu filho ronca freqüentemente e que sempre reclama de cansaço excessivo, fique atenta, pode ser um quadro de sono reduzido”.

Rosana também aponta para outros males que fazem reduzir a jornada de sono. Segundo a assessora médica, hoje em dia o cotidiano deixa das crianças mais agitadas. “O computador, a televisão e o vídeo-game são grandes vilões do sono. Uma vez que a criança se dedica a eles, concentra-se e perde a vontade de dormir”.

Tratamento

Existem muitos tratamentos para cuidar da apnéia do sono, que vão desde mudanças de hábitos a cirurgia.

O consultor Filomeno descobriu a apnéia na época do colégio, por meio do exame da polissonografia. O paulistano optou por realizar a cirurgia. “Tinhas outros problemas de respiração como desvio de septo. Sem dúvida, a cirurgia de correção para mim foi a melhor opção”.

Rosana diz que existem muitos aparelhos específicos para esse tipo de mal. São aparelhos utilizados apenas na hora de dormir, que geram significativas nas condições de sono, pois agem diretamente na traquéia obstruída.

A médica também ressalta que hábitos saudáveis são fundamentais para uma boa noite de sono, é o que Rosana chama de “higiene no sono”.

“Hoje, o tratamento mais importante é a abordagem comportamental com mudanças nos hábitos da criança e, às vezes, na rotina da família. A criança precisa ter disciplina, como dormir cedo, não realizar atividades agitadas antes do sono e dormir em um ambiente tranqüilo. Pequenas mudanças podem ter grande impacto neste contexto”.

Artigo retirado do site www.uol.com.br